14 de outubro de 2018

TÉCNICO BATE AGRONOMIA NO JOGO DE ESTREIA DA DIVISÃO DE HONRA


O jogo inaugural da primeira jornada da Divisão de Honra colocou em confronto, nas Olaias, o vice campeão Agronomia contra o Técnico, equipa que teve que disputar um play-off para garantir a permanência na categoria de topo do rugby nacional.

Logo no início do jogo se pode constatar que os dois XV's apresentavam em campo grandes diferenças em termos de jogadores relativamente ao ano passado.

Do lado da Agronomia muitas ausências foram notadas, nomeadamente de todos os estrangeiros - não jogou nenhum - mas também de alguns portugueses que, ou optaram por outras paragens, ou pura e simplesmente penduraram as botas.
Do lado do Técnico cinco estrangeiros chamaram a atenção e foram alvo de um acompanhamento mais atento por forma a determinar a sua qualidade. 
Cedo se notou uma maior consistência no jogo do Técnico, que os Agrónomos iam, com algum esforço, conseguindo contraraiar. 
Os dois samoanos (7 e 8) recrutados pelo Tecnico salientaram-se logo no início, não só em jogadas de ataque mas principalmente nas suas acções defensivas onde mostraram alguma qualidade. 
Muito versáteis, móveis, estavam sempre onde a bola estava, defendiam em todo o terreno e com a orientação de Kane, cedo se começou a perceber que a noite ia ser dificil para os comandados de Pico. 
E assim foi, embora tenha sido a Agronomia a marcar os primeiros seis pontos, através do pé afinado de José Rodrigues, a verdade é que raramente os agrónomos foram à linha de 22 do Técnico, bem pelo contrário. 
Depois de tomar conta do meio campo agrónomo desde praticamente o meio da primeira parte, o Técnico, depois de jogada de insistência marca o primeiro ensaio da época por intermédio de um dos samoanos, ensaio este que não é convertido. 
Ainda assim, fruto de mais uma penalidade para cada lado a Agronomia consegue ir para intervalo com uma vantagem de um ponto, 8-9. 
Após o intervalo o Ténico recomeça o jogo decidido a levar de vencida a Agronomia cujas debilidades ainda aumentavam através do jogo desastrado de Cortes que, visivelmente lesionado, fazia o que podia mas não seria nunca o suficiente. 
Com dois asas muitissimo dinâmicos, um centro de pouca qualidade mas poderoso no choque e um ponta muito talentoso e rápido, os estrangeiros do Técnico impuseram-se definitivamente e resolveram o jogo com mais dois ensaios convertidos um deles de belo efeito aproveitando a frágil defesa atrasada dos verdes. 
Embora o Técnico tenha feito um bom jogo batendo sem apelo nem agravo uma equipa que não é mais que uma sombra da do ano passado, fica a impressão que com um pouco mais de atrevimento e ambição o resultado poderia ser mais dilatado a favor dos engenheiros pois nem sempre tomaram as melhores decisões e falharam até ensaios de relativa facilidade. 
Não se compreende por exemplo a decisão de chutar aos postes aos 69 minutos em vez de tentar o quarto ensaio e consequente ponto de bónus numa altura em que o resultado estava em 22-9 e a Agronomia claramente inferiorizada, bastando para tal um alinhamento e posterior ensaio através de maul, aliás à imagem do que os engenheiros já tinham feito no seu segundo ensaio.

DIREITO VENCE EM CASCAIS
Em Cascais jogou-se uma partida que se viria a demonstrar bastante emotiva e equilibrada, entre o Cascais e o Direito. 
Do lado do Cascais notou-se a ausência de Conde, a prestar os seus serviços no reino de Espanha, mais concretamente em Burgos, mas por outro lado também se verificou o regresso de Hasse Ferreira mantendo assim o Cascais a consistência de uma primeira linha e um pack de avançados poderoso, principalmente nas fases estáticas. 
Do lado do GDD notaram-se os retornos de José Maria Vareta, Pedro Silvério e Zélu Cabral mas que ainda não pode contar com Fragoso Mendes (castigado) e Diniz (que se lesionou na Austrália no último minuto do último jogo que aí realizou). 
Desde o início se verificou que o Cascais se superiorizava através dos avançados e o Direito se superiorizava através das linhas atrasadas. ainda assim o jogo, na primeira parte, pautou-se por um enorme equilíbrio. 
Embora o jogo se tenha mantido quase toda a primeira parte em equilíbrio de forças a meio do campo, o Cascais consegue, através de maul dinâmico abrir o marcador. 
A primeira linha muito poderosa do Cascais ia fazendo estragos enquanto que os três quartos iam defendendo, dificilmente, as investidas dos advogados pelas sua linhas atrasadas onde Sousa Guedes, Vareta e Manu (Pedro Leal jogou a defesa) imprimiam uma velocidade ao jogo de difícil gestão para a defesa cascalense. 
No entanto, continuando a senda das lesões que tanto assolaram a equipa o ano transacto, aos vinte minutos já o GDD se via sem o jovem segunda linha Fezas Vital, capitão da selecção sub 20 e José Maria Vareta, que se ressentiu da sua lesão de estimação. 
Para o lugar de Vareta entrou o possante Zélu e foi através das suas mãos, na primeira vez que tocou na bola e a culminar uma jogada extremamente rápida de bola corrida pelas linhas atrasadas, que os advogados marcam o seu primeiro ensaio. 
Com mais um ensaio dos visitantes a primeira parte acaba, sempre com muito equilíbrio, mas com o resultado favorável ao GDD por 12-13. 
A segunda parte foi totalmente diferente, não só o Direito reentra em campo com uma atitude muito mais agressiva, mas também o poderoso pack avançado do Cascais "dá o berro" aproveitando assim os advogados para controlar a seu bel prazer o jogo e chegando aos 23 pontos já em total crescendo sobre o adversário, através de Luis Sousa, aproveitando um soberbo cross kick de Sousa Guedes. 
Nos minutos finais o Cascais, em aproveitamento de um pontapé desastrado de Sousa Guedes, que em vez de lançar o seu ponta cai direito nas mãos do rápido ponta adversário, o Cascais marca e faz o resultado final de 17-23. 
O GDD continuando a renovação que vem operando já há dois anos acaba o jogo com quatro jogadores sub 21, sem contar com Fezas Vital que se lesionou ainda na primeira parte como referimos. 
Importante vitória do Direito em Cascais onde se acredita que, com mais treino do pack avançado, será um campo onde várias equipas poderão tombar.

No Porto o CDUP e o Belenenses empataram a 20 pontos, e em Coimbra o CDUL que esteve a vencer ao intervalo por 17-0 acabou por vencer a Académica por 23-22, depois de uma excelente recuperação dos pretos.

Técnico, Direito e CDUL partilham a liderança, escalonados apenas pelo diferencial de pontos marcados/sofridos, já que nenhuma das equipas vencedoras conseguiu o tão importante ponto de bónus.
Já do lado dos vencidos, Académica e Cascais somaram o bónus que pode vir a ser decisivo nas contas finais da prova.

Texto de Pedro Pinto Fernandes


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