23 de outubro de 2018

MONTEMOR ISOLADO NA FRENTE, LOUSÃ BATE BENFICA

A terceira jornada da Primeirona desfez o trio que comandava a prova e deixou o Montemor sozinho na frente, com a vantagem de um ponto de bónus sobre a Lousã, depois de demolir o CRAV por 71-0, o segundo resultado anormal numa prova onde tais diferenças não costumam acontecer (o outro resultado esquisito foi o Lousã 84-0 Évora).

Mas se o Montemor conseguiu o resultado mais expressivo, o resultado mais importante veio da vitória da Lousã na casa do Benfica por 12-25, já que entre os da frente as vitórias fora de casa assumem particular importância.

E no caso da Lousã que tinha a fama de viajar mal, essa importância é ainda maior.
E mesmo sem o bónus - que a fez perder a parceria da liderança - a Lousã segue só com vitórias e com excelentes indicações para o decurso da prova.

Em Évora os chaparros confirmam o seu mau momento e perdem contra o São Miguel por 19-24, não conseguindo melhor que um ponto de bónus.
Já os buldogues conseguindo a sua segunda vitória - apenas perderam na primeira jornada em casa do líder Montemor - consolidam a sua posição no grupo de perseguição aos dois da frente, com nove pontos na tabela.

Em Santarém os cavaleiros vencem pela primeira vez na prova, frente ao Guimarães por 38-21 e afastam-se da cauda do pelotão, onde Guimarães e Vila da Moita estacionaram, ainda sem terem conseguido um único ponto.

Na Moita do Ribatejo o Caldas conseguiu a sua segunda vitória, por 10-22, mantendo-se na perseguição aos da frente com os mesmos nove pontos de Benfica e São Miguel.

VILA DA MOITA 10-22 CALDAS (2-3)
Numa verdadeira tarde de verão, num campo de má qualidade, mais um ”ervado” que um relvado, atraso no início da partida – para aguardar a chegada do árbitro designado, vindo de arbitrar duas partidas dos escalões Sub18 e Sub16 durante a manhã. O Rugby português continua com os problemas habituais, sem resolução a curto prazo. O novo capítulo que se espera a partir do próximo Fevereiro, alicerçado numa maior participação e colaboração de todos os agentes da nossa modalidade, é a esperança para um melhor Futuro oval, que todos os que se entregam diariamente merecem.
A primeira metade da partida foi equilibrada, jogada mais com o músculo de com a cabeça. Duas equipas com Rugby distinto. Os Moitenses com alguma veterania e muita experiência procurando o jogo de avançados, os Caldenses a privilegiar o seu tradicional jogo à mão a partir de conquistas nas fases estáticas.
Uma entrada algo tímida dos Pelicanos e logo no 1º minuto uma oportunidade para pontuar dos Moitenses. O pontapé de penalidade, tentado aos postes, contudo não se concretizou.
Instalou-se o Caldas nos 22 metros do Moita, várias tentativas de armar “maul” a partir de conquistas no alinhamento – os Pelicanos estiveram superiores neste domínio, mas sempre contrariados quer pela defensiva adversária, quer por erros de manuseamento na finalização das jogadas.
Aos 15 minutos, o marcador mexeu pela primeira vez, através de um pontapé de penalidade aos postes transformado pelo Caldense “Tommy” Lamboglia.
E com equilíbrio se chegou ao intervalo, sem mais alterações no resultado (0-3).
Os Caldenses iniciaram a segunda parte com outra atitude competitiva.
Com a reentrada do seu “playmaker”, cumpridos 10 minutos de ”sin bin”, o ensaio chegou de imediato aos 47 minutos. Alinhamento conquistado, “maul” e entrada decidida do centro Gonçalo Silva que finalizou entre os postes. Transformação sem dificuldade de “Tommy” Lamboglia.
Mantendo o ritmo os Pelicanos chegaram aos 53 minutos a novo ensaio, de novo por Gonçalo Silva, fechando jogada à mão exemplar. Correspondeu ao mesmo nível o pontapé de “Tommy” Lamboglia.
Quando tudo indicava que o marcador seria avolumado, o Moita respondeu pondo mais agressividade no seu jogo defensivo e procurando inverter o sentido do jogo.
Aos 56 minutos a saída, por lesão, do influente 2ª linha do Caldas – as condições do campo condicionaram a integridade física dos jogadores - travaram o ascendente Pelicano, aproveitando os Moitenses para chegarem ao ensaio aos 60 minutos, aproveitando uma jogada de avançados nos 10 metros.
Com 5-17 se entrou na fase final da partida, com supremacia Caldense mas reação sempre com denodo dos Moitenses, em que cada equipa conseguiu concretizar mais um ensaio, fixando o resultado final em Vila da Moita 10 (2 Ensaios), Caldas 22 (3 ensaios, 2 transformações e 1 penalidade).
Vitória sem contestação do Caldas RC, melhor equipa em todos os aspetos do jogo.
Texto: António Ferreira Marques

BENFICA 12-25 LOUSÃ (2-1)
Durante toda a primeira parte o RC Lousã encostou a equipa do Benfica à sua área de validação sem ultrapassar uma única vez a linha do meio campo, e nesse período apenas a impaciência de alguns atletas da Lousã e alguma falta de experiência de outros impediu que os visitantes concretizassem algumas boas oportunidades que lhes teriam permitido alcançar os ensaios suficientes para terem uma segunda parte tranquila.
Quando aos 8 minutos marcaram um ensaio transformado, e aos 10 minutos transformaram uma penalidade seguida de outra que bateu no poste criou-se a ilusão de cada um por si tentar fazer pontos.
Na segunda parte os benfiquistas entraram decididos a contrariar a superioridade lousanense e o equilíbrio começou a ser a nota dominante.
Mas as muitas faltas cometidas pelos encarnados nos seus 22 metros, permitiu que em 10 minutos os lousanenses aumentassem a vantagem para 0-16.
E foi só a partir de dois erros algo infantis dos lousanenses que os visitados conseguiram colocar-se na zona intermédia da defesa lousanenses e alcançar o seu primeiro ensaio aos 12 minutos reduzindo para 7-16. 
 A partir desse momento o jogo disputou-se na zona do meio campo com a equipa da casa a ter algum domínio territorial, sem no entanto conseguirem ameaçar a área dos beirões.
Mais duas penalidades fáceis a favor dos lousanenses aos 25 e 35 minutos colocaram o resultado em 7-22. 
E depois de duas oportunidades perdidas pelo Benfica foi a vez do abertura lousanense executar um excelente “drop” aos 38 minutos e fechar definitivamente a possibilidade duma reviravolta.
No ultimo lance do encontro e numa boa jogada dos homens da casa, o Benfica conseguiu mais um merecido ensaio que fixou o resultado final em 12-25.
Texto: Francisco Rio


Foto de capa: Fernando Vieira Dias

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