14 de junho de 2019

SEVENS EM PORTUGAL - QUE FUTURO?

Os dois últimos finais de semana foram marcados pelo regresso do velho Lisboa Sevens e pela segunda edição do Algarve 7's, que constituíram dois excelentes momentos da variante olímpica do rugby em território nacional.

Se o torneio de Lisboa teve como destaque natural o regresso de um nome que ficou marcado no rugby sevens mundial como um dos mais importantes dos anos 80/90/00 e na ideia que foi passada que o regresso é para ficar, o torneio de Vila Real de Santo António assumiu uma clara tentativa de marcar um espaço no calendário internacional, com os olhos postos - quem sabe?? - numa etapa de um eventual circuito internacional que venha a servir de acesso ao Circuito Mundial, onde se encontra a nata do rugby sevens mundial.


Falta esclarecer no meio disto onde se situam as competições nacionais, deixadas ao (quase) absoluto abandono nos últimos anos.
É conhecida a nossa posição crítica quanto à falta de cuidado das direções federativas dos últimos (longos) anos e ao olhar crítico e despropositado que pessoas com grandes responsabilidades no rugby nacional votaram a variante na última década, assegurando um desprezo elitista que os sevens nunca mereceram.

Parece que hoje isso mudou, e é curioso verificar que aqueles que foram os principais responsáveis pelo abandono dos sevens em Portugal, surjam hoje apelando à prática da variante como forma de desenvolvimento do rugby como um todo, e ao potencial do jogador português e das equipas nacionais no meio do mundo dos sevens.
Enfim, mais vale tarde que nunca, e agora resta recompor o que foi destruído, na tentativa de recuperar um lugar entre as melhores equipas do mundo, seja no Circuito Mundial, seja no Campeonato do Mundo e da Europa, ou ainda nos Jogos Olímpicos - deixámos escapar entre os dedos uma história brilhante, então vamos agora tentar recuperar o que foi perdido!

Então é do conjunto destes três ângulos - Competições Nacionais, Lisboa Sevens e Algarve Sevens - que toda a atividade e desenvolvimento devem ser analisados.
Para isso uma coisa é certa, o surgimento da Sports Venture com a sua capacidade de mobilização e organização, e um proclamado interesse da atual direção federativa na recuperação da variante, são pontos claramente positivos para o que se poderá vir a passar.

Mas é claro que a mobilização dos clubes é essencial neste contexto, e que a reorganização das competições nacionais se impõe, devendo ter em consideração todo o interesse que os sevens podem ter no alargamento da prática da modalidade - o rugby em geral - a todo o país, e na preparação dos jogadores para os desafios que as competições internacionais lhes podem vir a colocar.

Neste contexto é também necessário que seja feita uma articulação cuidadosa com os torneios de Lisboa e do Algarve, sempre tendo em consideração que não existem interesses conflitantes, apenas a exigência de uma visão integrada de toda a atividade de sevens (e de todo o rugby)!

Ficamos aguardando os próximos passos, que deverão ser dados imediatamente, para que não se deixe passar mais um ano sem preparação nem cuidado!!

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