Portugal conquistou ontem o direito a disputar o Rugby Europe Championship na época 2019/2020 depois de vencer a Alemanha por 37-32 no jogo do Play-off disputado em Frankfurt.
Antevia-se um jogo de elevada dificuldade para Portugal já que a Alemanha, depois de muito má participação no RE Championship dos dois últimos anos (10 jogos, 10 derrotas), preparou-se com intensidade para este jogo tendo chamado à equipa todos os seus melhores jogadores, que atuam em campeonatos profissionais fora da Alemanha e que não estiveram disponíveis para os jogos anteriores.
Além disso, os alemães marcaram o jogo para o campo do clube de rugby de Frankfurt, local
com condições muito limitadas apenas com umas pequenas bancadas, tendo a maioria dos
cerca de 800 espetadores se distribuído ao longo do recinto.
E mais, os alemães diminuíram a largura do campo em 4 metros, que passou a ter 64 metros de largura quando o mínimo internacionalmente aceite é de 68 metros.
Eram claramente visíveis as marcas das linhas laterais anteriores. E ainda, as áreas de validação tinham cerca de 4 metros, manifestamente pequenas.
Mas nada disto afetou a equipa portuguesa que se apresentou em Frankfurt plenamente
confiante de que era capaz de vencer o seu adversário.
O jogo começou com alguma pressão por parte da equipa alemã mas Portugal defendeu com
eficácia e travou este impacto inicial.
eficácia e travou este impacto inicial.
Pelos 15 minutos o jogo passou a ser mais equilibrado e viu-se que Portugal, sempre que dispunha de bolas jogáveis, lançava o pânico na defesa alemã.
Estes facilitaram um pouco a tarefa portuguesa pois, vendo que não conseguiam ultrapassar a
linha da vantagem, passaram a pontapear a bola para o nosso campo dando a possibilidade de
contra-ataque, onde a velocidade das nossas linhas atrasadas e a superior técnica individual
lançavam o pânico nos alemães e originaram o 1º ensaio português concretizado por António
Cortes Monteiro.
Estes facilitaram um pouco a tarefa portuguesa pois, vendo que não conseguiam ultrapassar a
linha da vantagem, passaram a pontapear a bola para o nosso campo dando a possibilidade de
contra-ataque, onde a velocidade das nossas linhas atrasadas e a superior técnica individual
lançavam o pânico nos alemães e originaram o 1º ensaio português concretizado por António
Cortes Monteiro.
Pouco depois, uma situação de pressão portuguesa permitiu a Jorge Abecasis efetuar um pontapé excelente para o ponta António Cortes Monteiro tendo este agarrado a bola para além, cerca de 1 metro, da linha de bola morta. Com uma área de validação normal teria sido um ensaio espetacular. Em cima dos 40 minutos nova movimentação das linhas atrasadas portuguesas ao longo da linha lateral do lado esquerdo, com sucessivas trocas de bola, originou o segundo ensaio, conseguido por Rodrigo Marta. Com duas transformações e dois pontapés de penalidade de Jorge Abecasis contra dois pontapés de penalidade da Alemanha chegou-se ao intervalo com o resultado de 20-6 favorável a Portugal.
Boas esperanças de concretizar o objetivo estavam bem presentes.
A 2ª parte iniciou-se com pressão de Portugal que, logo pouco depois do início, beneficiou de um pontapé de penalidade convertido e quando ao 6º minuto foi concretizado o 3º ensaio por intermédio de Manuel Marta e respetiva transformação, o resultado passou a 30-6 foi sentido que a vitória dificilmente escaparia a Portugal.
Mas os alemães não estiveram de acordo e através de duas situações de maul após touche obtiveram dois ensaios, um deles convertido e o resultado final voltou a estar em dúvida.
Mas Portugal voltou à metade do campo defendida pela Alemanha e aos 20 minutos Rodrigo Freudenthal encontrou um largo espaço aberto à sua frente e marcou, no meio dos postes, o 4ºensaio de Portugal. Com a respetiva transformação o resultado passou a 37-18.
Mas os últimos 20 minutos haveriam de ser de forte pressão alemã que tudo tentou para alterar o resultado através de perfurações dos seus avançados que, conquistando faltas, jogavam ao pé para a linha lateral perto da área de Portugal. Através de maul de touche obtiveram dois ensaios passando o resultado para 37-32.
Quando o último ensaio foi marcado faltavam ainda 8 minutos para o final do jogo. E apesar de Portugal estar com 14 jogadores (amarelo a Bruno Rocha aos 65’) a defesa foi estoica e aguentou a pressão alemã até final apesar de ainda ter sido penalizada com novo amarelo (Duarte Diniz aos 73´).
No final missão cumprida e objetivo alcançado.
No final missão cumprida e objetivo alcançado.
A Alemanha apenas mostrou força de avançados e uma ineficácia total das suas linhas atrasadas enquanto Portugal exibiu um rugby dinâmico e de movimento. Mesmo nas fases estáticas não houve superioridade alemã, apenas houve dificuldade na 2ª mêlée do jogo, e nas touches conquistamos duas introduções alemãs, não tendo perdido nenhuma das nossas.
Todos os jogadores que participaram na campanha do Rugby Europe Trophy e no Play-off final
merecem os parabéns e os agradecimentos de todo o rugby português.
Neste jogo final demonstraram claramente que Portugal é uma equipa tecnicamente superior à alemã e que o seu lugar no contexto europeu é o Rugby Championship.
Que todo o rugby se junte para que, na próxima época, sejam conseguidas as melhores condições possíveis para a nossa seleção.
Os jogadores bem o merecem.
Os jogadores bem o merecem.
Pedro Sousa Ribeiro
16 Junho 2019
16 Junho 2019
Foto: Manuel de Mascarenhas Gaivão
1 comentário:
Parabéns a toda a estrutura que permitiu este resultado final.
Tal como é mencionado na redacção, não foram cumpridos os regulamentos quanto à métrica do campo; ao pretender visionar o jogo através do canal habitual, deparei-me com problemas de transmissão que pareceram ser algo premeditado.
Lá como cá, os valores do rugby devem prevalecer, independentemente de quem se trate, mesmo que seja a poderosa Alemanha que, por isso mesmo, deve dar o exemplo.
Na qualidade de campeão, Portugal deve saborear o que alcançou, mas também deve estar atento a estes "pormaiores" e indagar quem de direito!
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