12 de agosto de 2015

CONHEÇA A ITM CUP QUE COMEÇA AMANHÃ NA NOVA ZELÂNDIA *

* Victor Ramalho/Portal do Rugby
No próximo dia 13 de Agosto, amanhã, 5ª feira, terá inicio a ITM Cup 2015, o Campeonato Neozelandês de Rugby, desfalcado de seus All Blacks, mas ainda assim muito forte. 

A grande final está marcada para o dia 24 de Outubro, com Auckland, Canterbury, Waikato, Taranaki, Tasman, Counties Manukau e Manawatu de olho na máxima glória nacional, ao passo que Otago, Wellington, Bay of Plenty, Hawke’s Bay, North Harbour, Northland e Southland só pensam na volta à elite do país.
Criado em 1976 com o nome de National Provincial Championship (NPC), o Campeonato Neozelandês reúne as selecções provinciais do país, todas elas filiadas às franquias do Super Rugby. No total, a Nova Zelândia conta com 26 federações provinciais de rugby, mas somente 14 têm suas equipes profissionais. 
Por isso, em 2010, o NPC teve seu formato alterado e a liga foi fechada às catorze equipes profissionais, divididas em duas divisões com sete equipes cada: a Premiership e o Championship. 

Primeiro rebaptizado de Air New Zealand Cup, e depois para o nome actual ITM Cup, por conta do patrocinador, o Campeonato Neozelandês tem formato sui generis. 
A temporada regular conta com dez rodadas, sendo que cada equipes enfrenta uma vez todas a demais equipes de sua divisão e ainda joga quatro vezes contra equipes da outra divisão. 
Com isso, equipas da Premiership e do Championship, apesar de separadas, se enfrentam ao longo da temporada. 
Os quatro primeiros colocados da Premiership garantem vaga nas semifinais, valendo o título nacional, ao passo que o último colocado é rebaixado ao Championship do ano seguinte. 
Já os quatro primeiros do Championship disputam as semifinais pela promoção à Premiership. 

Enquanto isso, as doze províncias amadoras jogam o Heartland Championship, a terceira divisão.

Mas, a Nova Zelândia ainda tem mais um título em jogo, e que pode ser disputado quase toda rodada. Qual? O Ranfurly Shield, também conhecido como Log o’Wood, o título mais tradicional do país, disputado no formato de desafio desde 1904. 

O detentor do escudo coloca sua posse em disputa a cada vez que actua em casa na temporada e, se for derrotado, o time que o venceu ganha a posse do escudo e o coloca em disputa em seu próximo jogo em casa – com a exceção das partidas do mata-mata, que não valerão pelo Ranfurly Shield. 

O actual dono do escudo é o Hawke’s Bay, que o conquistou no ano passado ao bater Counties Manukau e já defendeu com sucesso quatro vezes, incluindo uma em 2015, no mês passado, quando o colocou em disputa na pré-temporada diante do campeão do Heartlnd Championship, o Mid Canterbury, e saiu vencedor. 
Sua primeira defesa durante a ITM Cup será no dia 16 de Agosto contra Northland.

Desde a sua reformulação, a ITM Cup vem sendo dominada por Canterbury que, com a base do Crusaders, conquistou nada menos que seis títulos consecutivos nos últimos sete anos. 
O fim de sua hegemonia veio em 2014, com um campeonato insano e surpreendente, que não apenas teve uma final inédita entre duas equipas consideradas “pequenas” e que eram pouco cotadas ao título antes do inicio do torneio, mas também viu a queda de mais um “grande” para a segunda divisão. 

Taranaki e Tasman chegaram pela primeira vez em suas histórias à grande decisão e Taranaki, que acabara de trocar sua filiação de Super Rugby do Hurricanes para o Chiefs, comemorou a inédita conquista sobre o parceiro de Crusaders do Canterbury. 
Wellington, por outro lado, fez uma temporada terrível e foi rebaixado, se juntando a outro grande, o Otago, no Championship. 
Ironicamente, Hurricanes e Otago são as províncias principais das franquias de Hurricanes e Highlanders, que precisaram apenas da mudança de ano para fazerem a final do Super Rugby.

Com os atletas de Super Rugby bem distribuídos entre as equipes da ITM Cup e sem os All Blacks presentes, as cidades que comemoram vitórias no Super Rugby não necessariamente festejam na ITM Cup. 
Se por um lado esse desconexão entre as forças dos dois campeonatos permite glórias a equipes menores como Taranki, por outro vem causando um perigoso efeito negativo na atenção que o público das grandes cidades vem dando à ITM Cup, resultando em baixa média de público nos estádios.

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