10 de março de 2019

GUIMARÃES GARANTE PERMANÊNCIA NA PRIMEIRONA PELO TERCEIRO ANO CONSECUTIVO

Beneficiando da derrota do Vila da Moita frente ao Benfica (69-0) o Guimarães garantiu a permanência na 1ª Divisão do rugby nacional, mesmo sendo derrotado em Évora por 58-24, e irá fazer a sua terceira temporada consecutiva no escalão.
O Vila da Moita, após cinco épocas na Primeirona regressa à Segundona de onde saíra como campeão em 2013-2014.

A Lousã recebeu e venceu o CRAV por 28-20, mas não sem que apanhasse um enorme susto ao terminar o primeiro tempo a perder por 12-20, com manifesta superioridade dos arcuenses que no entanto não a conseguiram manter no segundo tempo.

Este é o segundo susto seguido que os beirões sofrem, depois de na semana passada terem chegado ao intervalo a vencer por 23-0, para no final o resultado ter ficado nos 26-24.
Com a competição a chegar aos seus momentos mais decisivos, e com a meia final em casa garantida, aos lousanenses resta pensar que os jogos duram 80 minutos e que o terceiro tempo só começa depois do jogo, ou então vão sofrer grande desilusão...

Em Santarém o Montemor, apesar de algumas dificuldades, acabou por vencer por 24-34 (não estamos certos que o Montemor tenha marcado 34 pontos ou apenas 33), com direito a ponto de bónus, enquanto o Évora bateu o Guimarães por 58-24.

RUGBY VILA DA MOITA DESCE À SEGUNDONA
Nos cinco anos em que disputou a 1ª Divisão do rugby nacional, o Vila da Moita realizou um total de 87 jogos - na última etapa deste ano será o 88º jogo - tendo vencido 26, empatado 3 e perdido 58, marcando um total de 1.461 pontos e sofrendo 2.577, e fazendo 167 ensaios contra 369 sofridos.
Note-se no entanto que apenas este ano as diferenças se acentuaram, já que até este momento o Vila da Moita marcou 144 pontos e sofreu 817, marcando 16 ensaios e permitindo 127. Nas restantes épocas o equilíbrio foi bem maior...
Nas restantes temporadas o Vila da Moita conseguiu um sexto lugar no ano passado, um sétimo (em 2014-2015) e dois oitavos (em 2015-2016 e 2016-2017).
(Podem consultar o Histórico do Mão de Mestre para conferir estes e outros dados)

O RUGBY DO SÉCULO XXI PODE PRESCINDIR DOS PRINCÍPIOS DO SÉCULO XIX?
Na última partida da jornada, no novo campo do São Miguel as coisas não correram muito bem, e - mais uma vez esta época - o jogo terminou antes de esgotado o seu tempo, quando o Caldas vencia por 39-27.
Deixámos este jogo para o final porque queremos deixar bem expressa a nossa surpresa e uma certa revolta por ver que os famosos princípios do rugby só se aplicam nas conversas, já que nos atos tudo está muito diferente.
Poderia dizer-se que a questão se fica a dever à introdução do profissionalismo (em 1996) mas  a verdade é que o que se passa está destruindo o espírito do jogo com que durante mais de uma centena de anos os rugbistas bombardearam os futebolistas, enaltecendo suas virtudes e acusando todos os outros da falta delas...

O fenómeno tem a ver, entre outros, com alguns péssimos exemplos que têm sido dados pelo menos nos últimos 10 anos pelos nossos dirigentes, que em vez de mostrarem como se deve viver e trabalhar no mundo do rugby, têm oferecido constantes demonstrações de falta de disciplina, falta de respeito, falta de integridade, falta de paixão e falta de solidariedade.
Esta falta de tudo o que constituía o espírito do rugby, tem contagiado clubes e jogadores de tal forma que hoje é vulgar ofender o adversário e o árbitro, procurar na mentira a solução para os problemas que a exposição aos olhos dos outros traz, tentar subir na escala das classificações por todos os meios, lícitos ou não.

Talvez seja altura de pôr um termo a isto tudo, já que estamos em véspera de eleições, deixando de lado velhas promessas ou falsas afirmações para procurarmos uma solução nova, que tenha a coragem e a verticalidade de repôr as coisas nos seus devidos lugares.

O rugby era um meio onde nos sentíamos bem, onde era um prazer ir jogar aos mais recônditos lugares, onde se ia longe para fazer amigos, onde o respeito pelo adversário e pelos árbitro era sagrado, onde bastava um se afirmar do rugby para receber imediatas manifestações de solidariedade de outro do rugby.
É com esse tempo como referência que temos que conseguir que o rugby se volte a afirmar um desporto diferente, onde a par de ganhar se alinhem os princípios da disciplina e do respeito, da paixão pelo que se faz, da integridade dos atos praticados, pela solidariedade com todo os que partilham o mesmo espírito do rugby.
Se não for assim, será que vale a pena??

ÚLTIMA JORNADA COM JOGOS ESCALDANTES
Uma derradeira jornada que definirá quem Lousã e Montemor vão receber nas meias finais da competição - entre Benfica e Évora - vai animar o próximo final de semana, onde se destaca ainda a despedida ao Vila da Moita (frente ao Santarém) que tão boas recordações deixa dos cinco anos em que permaneceu neste escalão, e um encontro entre CRAV e São Miguel lutando por uma posição na tabela, que apesar de não ter quaisquer outros efeitos, tem com certeza o desejo de terminar na frente!
A viagem do Caldas a Guimarães deve garantir a quinta posição aos pelicanos, e marca ainda a festa, em casa, da manutenção dos bravos na Primeirona.


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