FOI OFICIALMENTE LANÇADO O TORNEIO ENTRE SELEÇÕES REGIONAIS DE SEVENS que vem confirmar a falta de planificação e de perspectiva de sério desenvolvimento da variante em Portugal.
Enunciam-se alguns princípios que norteiam a própria organização e a seleção dos jogadores, mas esquecem-se alguns princípios básicos que deveriam estar presentes.
Começa por se dizer
1. Proporcionar uma competição intermédia entre os clubes e a selecção nacional;
2. Proporcionar aos jogadores dos clubes a oportunidade de demonstrarem as suas competências e capacidades para jogar ao alto nível;
3. Detecção e selecção de talentos para o alto rendimento.
E nós também vamos começar por aqui.
Afinal de contas o Torneio Inter Regional é o quê?
Porque se é uma competição não se compreende o foco colocado na detecção de talentos e na oportunidade que é dada para os jogadores se mostrarem.
Porque se é uma competição, o principal objectivo das equipas participantes deveria ser ganhá-la e não servir de passagem de modelos, mesmo que para as mais legítimas aspirações dos jogadores.
Se existe uma preocupação de ver e detectar valores, então ponham toda a gente a jogar no campeonato nacional e aí, sim, façam essa observação.
Não se compreende como se diz que o Torneio Inter Regional serve para detectar talentos - o talento de quem é seleccionado e representa a sua região, já devia ter sido previamente detectado!
Mas é claro que tal não é possível, já que não se dá a todos a mesma oportunidade de competir, quando se excluem as equipas da 2ª Divisão do Campeonato Nacional - esquecendo-se que foram elas (Famalicão, FCT, Oeiras e Elvas) que mantiveram vivo o Campeonato Nacional do ano passado, quando das 16 equipas da Divisão de Honra e da 1ª Divisão, oito entenderam que nele não participariam, e das restantes oito, seis apenas participaram numa etapa...
Mas se o Torneio Inter Regional serve para detectar e selecionar talentos para o alto rendimento, então que raio estão lá a fazer os jogadores internacionais e todos os que já beneficiam desse estatuto?
Ou seja, é uma no cravo, outra na ferradura...
O Torneio Inter Regional nasce assim, torto, e não se vê nenhuma iniciativa para o endireitar.
Depois, decide-se que se irão organizar cinco seleções regionais, mas ficamos sem conhecer a verdadeira razão porque são cinco e não seis, ou quatro, ou seja o que for.
Porque se divide Lisboa em duas seleções e se mantém apenas uma no Centro - será porque em Lisboa há 10 equipas e no Centro apenas nove?
Já o dissemos anteriormente e repetimos - por cada conjunto de quatro equipas deveria haver uma seleção regional.
E o bom senso aconselharia que onde houvesse apenas sete equipas se organizassem as mesmas duas equipas, e onde houvesse nove ou 10, se mantivesse também o princípio das duas equipas.
Ora isto iria provocar a organização de oito seleções regionais (duas por região, e não apenas em Lisboa), envolvendo 24 jogadores por região, num total de 96, e uma competição muito mais equilibrada do que a presente com apenas cinco equipas.
Seria fácil organizar dois grupos de quatro equipas numa primeira fase, com meias finais e finais para todas as equipas - seriam os mesmos cinco jogos por equipa (ou quatro se fizessem finais diretas entre as equipas nas mesmas posições em cada grupo) mas com uma estrutura muito mais adaptada a um verdadeiro torneio de sevens.
Por outro lado se os jogadores que estão envolvidos nos trabalhos da seleção nacional não pudessem participar na competição, isso abriria o leque da escolha a outros jovens que assim continuarão afastados deste tipo de evolução.
Ou seja, perdeu-se mais uma excelente oportunidade de envolver em trabalhos sérios de preparação um enorme lote de jogadores, com critérios válidos de observação dos mesmos em competição - no Campeonato Nacional - deixando de fora aqueles que já todos conhecem...
Se fosse condição para os jogadores serem chamados às seleções regionais, a sua participação no Campeonato Nacional, aí sim, palmearíamos a organização da prova de todo o coração!
Para terminar este assunto também gostaria que me esclarecessem porque se incluem nas equipas onde os técnicos podem ir buscar jogadores, o Portalegre e a Lousada.
Note-se que acho muito bem! O que não compreendo é porque não se consideram equipas como a Universidade do Algarve, Abrantes, Vila Real de Santo António, Peniche, Universidade da Beira Interior, Escola de Hotelaria do Estoril, Elvas, Vilamoura XV ou Viseu.
O CAMPEONATO NACIONAL
Não julgue quem me lê que eu estou convencido que só eu tenho ideias ou que as minhas são as únicas que prestam.
O que eu faço - e todos deveriam fazer - é manter a mente aberta e ouvir o que os outros têm para dizer.
Prova disso é que ainda ontem - em conversa que tive com pessoa fortemente ligada ao rugby português, com grande participação nas actividades das seleções regionais, e de um clube da 1ª Divisão - me foi feito um comentário que revela a discordância com a forma como o Campeonato está organizado, obrigando as equipas da Divisão de Honra e da 1ª Divisão à participação nas cinco etapas do circuito, e sugerindo mesmo que fosse adoptado um sistema semelhante ao da FIRA (até ao ano passado) onde cada equipa era obrigada a participar em dois de seis torneios, estabelecendo-se um ranking entre as cerca de 30 participantes.
Seria perfeitamente possível ter feito o mesmo em Portugal, resolvendo dessa forma o problema dos torneios internacionais que se jogam na mesma altura, os jogos dos Lobos, a sequência inusitada de quatro torneios e mais um três semanas depois, e a participação de todas as equipas portuguesas no Campeonato Nacional!
Ou seja, bastaria ter olhado para o que se faz pelo mundo fora para não perder esta oportunidade.
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