6 de setembro de 2009

GARANTIR A EXECUÇÃO DO PLANEADO

Falei no meu último post da equipa técnica necessária para suportar as exigências de um plano nacional de desenvolvimento dos sevens. No entanto é importante referir que, para o sucesso de qualquer plano de desenvolvimento, é fundamental criar uma equipa de administração competente, capaz de ter em foco os objetivos traçados, de imaginar as melhores soluções para os problemas que se irão levantando - entre os quais aqueles levantados pela própria equipa técnica - e ir preparando em tempo útil, as correções adequadas ao desenvolvimento do plano, já que nenhum projeto é um corpo morto, ou uma equação matemática exata. De referir que, apesar da enorme importância que a equipa técnica tem num processo desta natureza, a verdadeira importância reside na própria essência do projeto. Já assistimos no passado, quer no rugby, quer noutras modalidades, a uma transferência de prioridades, sempre com manifesto prejuízo da modalidade, em geral, e daqueles a quem, em última instância, o projeto se destina: aos seus praticantes. Quero com isto dizer que a equipa técnica não é capaz de assumir essa responsabilidade? Não, o que eu quero dizer é que á equipa técnica compete executar as tarefas técnicas que permitem o êxito do projeto. As tarefas de desenvolvimento dos objetivos definidos pela direção da Federação devem ser imputadas a alguém, ou a uma equipa, não diretamente envolvida na execução do próprio projeto. Alguém ou uma equipa, a quem a direção da Federação possa exigir que aqueles objetivos não sejam desvirtuados. Alguém ou uma equipa que possa intervir perante a equipa técnica, e perante a direção da Federação, simultaneamente. Ou seja, alguém ou uma equipa que faça a ligação entre quem define o pretendido (direção da Federação), o que se pretende (objetivos traçados), quem executa o pretendido (a equipa técnica) e aqueles a quem o pretendido se destina (os praticantes). Vou dar um exemplo, para que não restem dúvidas sobre o que digo. É natural que, do evoluir de um projeto de desenvolvimento dos sevens, emane uma seleção mais poderosa, mais competitiva e mais sustentada do que aquela – brilhante! – que temos hoje. E é também natural que a equipa técnica se dedique ainda mais a ela, eventualmente esquecendo, ou deixando para segundo plano, as tarefas junto aos clubes, junto à base de recrutamento de jogadores. Perdendo, por essa dedicação, o foco principal do próprio projeto: os praticantes no seu conjunto. Porquê perder tempo indo a Bragança participar numa ação de sensibilização ou apoio ao núcleo local de rugby, se no Estádio Nacional estão reunidos os 50 melhores jogadores nacionais numa sessão de treino? Competirá à administração do projeto pôr ordem na casa, garantir que os interesses do praticante de base são assegurados, e que a seleção nacional recebe a atenção que merece. Porque, em última instância, sem praticantes de base, qualquer projeto está destinado ao fracasso. Mais ou menos imediato.

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