16 de outubro de 2017

DESNÍVEL ACENTUADO ENTRE AS EQUIPAS NA DIVISÃO DE HONRA

Segunda jornada da Divisão de Honra vem confirmar a enorme diferença que existe entre as equipas em presença, com todos os vencedores a somarem ponto de bónus de ataque, e nenhuma das derrotadas a conseguir o bónus defensivo.

O que é curioso é que alguns clubes andaram vários anos a queixar-se que com 10 equipas na Divisão, havia grandes diferenças entre elas, e então, para se resolver o problema - mesmo que por um ano só - a solução encontrada foi aumentar o numero de participantes de 10 para 12.

Uma decisão equivocada, que vem contribuir para o péssimo estado em que o rugby nacional se encontra, mas que segundo as últimas declarações do presidente da FPR é reflexo dos erros cometidos pelas últimas direções e das últimas atitudes dos clubes.
Felizmente que esta direção e este presidente só têm feito coisas boas...

Enfim, no jogo que faltava do grupo A - o CDUL-Académica disputou-se na semana passada - o Técnico foi vencer a Évora por 91-7, marcando 13 ensaios como o CDUL tinha feito na primeira jornada, deixando os chaparros com 26 ensaios sofridos e um total de 178 pontos.

No grupo B Agronomia recebeu o CDUP e venceu por 47-13, enquanto o Benfica foi derrotado pelo Belenenses por 6-41 não justificando em campo as afirmações do mês passado dos seus dirigentes que afirmavam que os encarnados poderiam fazer uma surpresa na prova, somando já 20 ensaios sofridos e 133 pontos em dois jogos.

Para o grupo C a Lousã voltou a perder em casa, desta vez por 13-44, mas é curioso verificar que os resultados ao intervalo conseguidos pelos lousanenses mostram que existe uma grande margem para ser trabalhada, pois enquanto os beirões tiveram pernas, nem o Direito (ao intervalo a Lousã vencia por 16-12) nem o Cascais (ao intervalo o Cascais vencia por 13-18) conseguiram mostrar a sua superioridade.
No último jogo do fim de semana o Direito venceu o Montemor por 73-17, deixando os mouflons no termo da segunda jornada com 120 pontos sofridos e 18 ensaios.

*Pedro Pinto Fernandes
Em Monsanto foi uma tarde de grandes emoções, com a passagem de testemunho de um dos maiores nomes do Grupo Desportivo de Direito, Vasco Uva, para um dos jovens que melhor se identificam com o espírito dos advogados, Vasco Fragoso Mendes, que a partir de agora será o capitão da equipa principal do Direito.
Mas não foi apenas nesta passagem de testemunho que se esgotaram as emoções, pois a equipa mais uma vez se uniu e fez entrega ao presidente do clube de um envelope contendo a contribuição dos jogadores para ajudar a fazer face às despesas das novas infraestruturas desportivas do campo de Monsanto.
Na verdade os sonhos e os projetos estão a concretizar-se e o segundo campo está já na fase final de construção, como resultado de uma opção estratégica difícil, que levou o clube a abdicar de uma estrutura desportiva profissional, por forma a conseguir construir melhores infraestruturas sem ficar com o orçamento do clube a negativo, isto é, ficando sem dever um tostão a ninguém.
E foi no meio deste turbilhão de emoções que o Direito recebeu os bravos de Montemor que ofereceram um jogo bem animado e alegre para quem estava nas bancadas.
Quanto ao jogo em si pouco há a dizer, foi um jogo de sentido único como se esperava mas não se entenda com isto que os de Montemor não se entregaram ao combate pois estes jogaram com bravura e coragem, dureza e bem jogar e com isto marcaram 17 pontos bem merecidos.
Apenas não têm ainda os argumentos que um clube de topo como o GDD dispõe. Vitória sem contestação com o marcador final a ficar nos 73-17.

Uma palavra para o regresso dos irmãos Vareta, ao fim de um longo período de lesões e de Vaz Antunes que volta à sua forma e velocidade habitual.
Bom jogo do dinâmico pilar Eduardo Macedo que se transferiu do CDUP e que veio acrescentar qualidade e velocidade à primeira linha do GDD, que bem estava a precisar.
Uma nota final sobre o jogo seguinte, a contar para a Taça Europcar Challenge, para referir dois jogadores, Duarte Matos e Afra Rosa (o mais novo), que com a qualidade e velocidade de jogo que desenvolveram mostraram estar a espreitar por um lugar na equipa principal do clube.
De resto o tormento das lesões continua não podendo o Direito contar ainda com dois dos vice campeões da seleção nacional de Sub-20, Zé Luís Cabral e Granate, bem como Tavares, Luís Sousa, etc...
Como surpresa, e boa surpresa, viu-se João Silva (Ratão) na posição de médio de abertura, e não na sua habitual posição de defesa, dando boa conta do recado.

Como MVP elege-se Macedo, não só pelo seu trabalho nas formações ordenadas e jogo no chão, mas também pelo seu dinamismo em jogo aberto à boa maneira de um primeira linha moderno, claudicando apenas nos alinhamentos onde demonstrou ainda um pouco de falta de entrosamento com os colegas.

Veja os quadros dos resultados e as classificações dos três grupos no espaço que reservamos para a prova.

4 comentários:

Antonio Ramiro disse...

Boas a todos ,

O rugby nacional continua a sua caminhada tortuosa de ausência de qualquer coisa .
Um campeonato no caminho do retrocesso e que pode colocar em causa a verdade desportiva ao relegar equipas para fora de uma fase final que desportivamente o tinham conquistado no ano anterior , e mais do mesmo .

Total desinteresse da comunidade do rugby para a modalidade que definha a olhos vistos , sem cobertura mediática , apenas para a baixaria como a entrevista do presidente da FPR , poucas pessoas a ver jogos , nenhuma mobilização .

Começo mesmo a pensar que a mediocridade dos dirigentes dos principais clubes é muito grande , não só pela responsabilidade do estado actual do rugby mas também de espirito critico para com o que se passa .
A federação que devia ser o forte da modalidade , é neste momento o lar de incompetentes e inconsequentes , começando pelo presidente que como se viu na sua entrevista , o seu mandato e para quem não leu era levar o rugby para baixo . Limita-se a sacudir a água do capote e a acusar os clubes de incompetência generalizada . Um ponto curioso de como a mentira tm perna curta , o seu vice António V.A. saiu em discorrida com sua política , mas tinha sido anunciado que foi por motivos pessoais .

Valores neste momento não o que o rugby nacional vende e isso concordo o sr. presidente que a começar por ele nada tem para vender .

Unknown disse...

Direito não teve ponto de bonus contra Lousã?
ver tabela sff.

abç David

Manuel Cabral disse...

Claro que sim David! Obrigado por chamar a atenção, já está corrigido.

Claudio disse...

A entrevista tem interesso.

Relativamente aos jogadores profissionais dos campeonatos franceses se, realmente, como é dito, não apareceram nas últimas convocatórias por precaução por parte da FPR que já sabia que não vinham - ou então que não viriam por falta de condições - e que não queria os por entre a espada e a parede, então foi um grande erro de comunicação porque para os que não sabiam disso a ausência desses jogadores das convocatórias apenas deu impressão que eles não interessavam, que não estavam nos planos por opção. Em todas as convocatórias deveriam aparecer os melhores jogadores do momento inclusivamente os profissionais. Depois, se não estiverem disponíveis, não apareçam nos 23, tudo bem. Antecipar as suas faltas de disponibilidade e não os meter na primeira convocatória é mesmo uma falha.

Mas isso nem tudo pode explicar... como explicar que um jogador profissional que estava na convocatória e deu seguimento comece um jogo no banco ? Será que esse jogador profissional pediu par não jogar para não se magoar ? Quem conhece o ambiante de um balneário de rugby - para plagiar a entrevista - não pode acreditar...

Acho que nunca vamos conhecer exactamente as razões destas ausências... Aliás, podem ser diferentes conforme os jogadores. Entretanto uma positiva : esta situação dramática confirmou que sem os profissionais não vamos a lado nenhum e possivelmente convenceu até os mais refractários que a prioridade é obter o regresso desses jogadores à seleção. Na entrevista lei-se que se Portugal pode obter excelentes resultados com os profissionais no entanto isso não reflectirá o nível do rugby português. Ok. Mas qual é o problema ? O nível do All Blacks também não é o nível do campeonato da Nova Zelândia. Deixem-se de pensar que o rugby português vai crescer subitamente através os clubes. O motor do rugby em Portugal deve ser a seleção. o rugby português apenas pode crescer de cima para baixo, com bons resultados da seleção. E mesmo urgente neste momento obter esses resultados.