Ficou assim afastada a possibilidade de retorno ao Circuito Mundial e não são boas as perspectivas do rugby sevens nacional, mas disso falamos mais abaixo.
Na segunda etapa da Challenger Series, disputada em Montevideo, Portugal de novo não conseguiu o apuramento para o grupo do título, embora tenha conseguido vencer a Colombia na fase inicial, mas perdendo para Tonga (7-14) e Chile (10-14).
No segundo dia da ´prova, lutando pelo nono lugar, Portugal começou por ser derrotado pela Papua Nova Guiné (17-19) e foi destinado à luta pelo 13º posto, tendo vencido as duas restantes partidas, frente ao Paraguai (26-10) e frente ao México (30-7.
A consolação destas vitórias deixou no entanto um amargo de boca bem grande, já que se aguardava um trabalho condizente com a opinião de quem manda de que Portugal deve estar entre as 10 melhores de Sevens do Rugby mundial.
Com esta posição, Portugal não conseguiu mais do que guardar o 28º lugar no ranking dos sevens mundiais...
Quanto ao ranking final, aqui fica o mesmo para vosso conhecimento:
MAIS IMPORTANTE QUE A VITÓRIA IMEDIATA (*)
A decisão da Federação Portuguesa de Rugby em participar numa competição decisiva como a Sevens Challenger Series com uma equipa constituída não para vencer mas para construção de uma equipa para o futuro é no mínimo irresponsável!
A Sevens Challenger Series é a 2ª divisão do rugby sevens no mundo, e única forma de acesso ao Circuito Mundial da variante, a mais importante prova anual que se disputa com a participação das 16 melhores equipas do mundo.
Perder voluntariamente a possibilidade de (re) embarcar nesse comboio é uma atitude que não se pode admitir de nenhuma forma.
Claro que esta atitude se prende com a total falta de um plano estratégico para a variante, que não seja cheio de palavras bonitas mas completamente fora de contexto, como aconteceu no passado recente.
A atual direção federativa é presidida pela mesma pessoa desde 2010, apenas com um pequeno intervalo em que foi substituído por outro presidente sem qualquer noção do que deveria fazer.
Desde essa altura - mais precisamente desde 2011 - o rugby sevens nacional foi ficando para trás por falta da execução de um plano e de uma ideia, enquanto os nossos pares se foram distanciando fruto de trabalho sério e bem orientado...
A NOSSA SELEÇÃO NO MUNDO DOS SEVENS DESDE 1992
Vem agora a Federação dizer que o mais importante tanto nas opções estratégicas como dentro de campo, é a capacidade de levantar a cabeça e, perante a adversidade, continuar a olhar em frente, acreditando que cada metro conquistado é estarmos um metro mais perto da linha de ensaio. (!!!!)
Acompanhamos os sevens praticamente desde o seu início em Portugal - com o torneio de Coimbra dirigido pelo Toni Cabral Fernandes, depois com o Lisboa Sevens - e nunca antes houve um tal abandono da variante, quer a nível interno, quer a nível das representações nacionais, nem tão pouco uma argumentação desta natureza!
Acreditar - ou querer que as pessoas acreditem - que o futuro da nossa representação nacional passa pela constituição de uma equipa para o futuro (e que cada vez que perdemos estamos mais próximos do sucesso!!!) é demonstração de um total desconhecimento de o que fazer e como fazer.
NÃO EXISTE FUTURO PARA A REPRESENTAÇÃO NACIONAL SEM COMPETIÇÃO INTERNA.
Que saudades que eu tenho quando em 2010 se dizia que iriamos ter um Circuito Nacional, com pelo menos sete Torneios: Um por cada Região Administrativa do Continente, Açores e Madeira.
Descontado o exagero dos Açores e da Madeira, até eu acreditei que isso iria acontecer!!!
Mas a história mostra-nos que tudo não passou de balelas. Balelas como esta agora que nos quer fazer engolir a constituição de uma equipa para o futuro.
Meus caros, não há futuro sem que a atividade seja conduzida em duas vias - uma da competição interna, e outra da alta competição ao nível da representação nacional.
Interligadas e dependentes uma da outra!
Não existe representação nacional para o futuro! Nas representações nacionais, o futuro é agora!!
O futuro é criado nas competições internas, no aproveitamento que essas competições oferecem para transmitir transversalmente por todo o rugby nacional a experiência acumulada em muitos anos de prática ao mais alto nível, na transmissão dos conhecimentos dos nossos melhores treinadores aos treinadores locais e regionais - sem que os melhores fiquem encerrados numa redoma mesmo se ela se chamar Centro de Treino ou outra coisa qualquer...
Enfim, mais um episódio que serve para ilustrar da pior maneira o que quem manda pensa do desenvolvimento dos sevens - que, recorde-se, é um desporto Olímpico!
(*) Comunicado da FPR na sua página do Facebook, em 17 de Fevereiro pºpº
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