16 de dezembro de 2018

LOUSÃ MOSTRA SUPERIORIDADE INCONTESTÁVEL NA PRIMEIRONA

A Lousã ao vencer o Montemor por 22-7, e terminando a primeira volta da prova só com vitórias (nove no total), mostrou claramente ser no momento a melhor das equipas que constituem a 1ª Divisão do rugby nacional, deixando os mouflons, seu mais directo rival, a seis pontos na tabela classificativa e com menos duas vitórias.

Muito forte na defesa, os beirões cometem a proeza de sofrer menos de metade dos ensaios e dos pontos do que qualquer das outras equipas da Primeirona, assegurando o melhor diferencial entre pontos marcados/sofridos na Divisão.


Destaque negativo da jornada para o atraso no pontapé de saída do Benfica-Évora devido à ausência de árbitro nomeado para a partida, que os encarnados acabaram por vencer por 32-27, ultrapassando os chaparros na classificação e ocupando agora o terceiro posto na tabela, com mais um ponto que os seus adversários do dia.

Nas Caldas os pelicanos confirmam o bom momento que atravessam conseguindo os cinco pontos da vitória bonificada ao baterem o Guimarães por 32-18, igualando na tabela classificativa o Santarém com 21 pontos e reduzindo para dois pontos a distância para o quinto classificado, o São Miguel.

Na sua nova casa o São Miguel bateu o CRAV por 29-17 e conserva a quinta posição, enquanto o Santarém venceu o Vila da Moita por 19-7 na Escola Prática, mas sem o possível ponto de bónus os cavaleiros foram alcançados pelo Caldas, embora com a vantagem de mais uma vitória e um melhor diferencial entre pontos marcados e pontos sofridos assegurem a dianteira na classificação.

Um longo intervalo para que todos possam festejar o Natal e o Ano Novo, a prova regressa no final de semana 12/13 de Janeiro.

RC LOUSÃ 22-7 RC MONTEMOR (3-1)
Foram muitos os que numa tarde chuvosa estiveram no Estádio de Rugby José Redondo, tendo tido oportunidade de assistir a um bom jogo de rugby com as duas equipas a empenharem-se a 100% na disputa de bola e conquista de terreno.
Nos minutos iniciais o jogo repartiu-se entre as linhas de 22 metros, com os visitantes a superiorizarem-se, tendo inclusive aos 15 minutos uma oportunidade para marcar devido a um erro de recepção de bola quando o defesa lousanense não foi suficientemente rápido a receber e pior ainda quando tentou contra-atacar dessa zona. 
A pressão do Montemor manteve-se mas sem conseguir qualquer oportunidade de marcar. Com bons alinhamentos, onde ambas as equipas estiveram bem, os beirões começaram a exercer forte pressão a partir dos 20 minutos e com naturalidade alcançaram aos 23 minutos o primeiro ensaio que, transformado, colocou o resultado em 7-0. 
A pressão continuou num período que só dava Lousã e um bom pontapé de ressalto do abertura Miles Grant aumenta para 10 pontos a vantagem dos locais. 
E é já depois dos 40 minutos que numa penalidade favorável aos alentejanos, estes colocam a bola perto da área local permitindo num alinhamento e num maul bem executado, que a abertura rápida para as linhas atrasadas se concretizasse no único ensaio para os visitantes.
Com o resultado equilibrado (10-7) o jogo reiniciou-se com jogadas de bom nível pelos dois conjuntos, mas já com nítida vantagem para os lousanenses a nível sobretudo de pack avançado. 
E mais uma vez o numero 8 da Lousã, o sul-africano Esdale Litz, que já tinha marcado o primeiro ensaio, volta a repetir aos 28 minutos novo ensaio a partir do arrastamento duma melée e que transformado faz os 17-7.
Uma “almofada” de dez pontos deu alguma tranquilidade aos lousanenses, que mesmo com a entrada dos jogadores suplentes não reduziram a pressão, nunca estando em causa a sua superioridade. 
Por isso foi com alguma naturalidade que marcaram o terceiro e último ensaio aos 35 minutos novamente no sequência duma melée onde o numero 8 lousanense esteve em grande evidência.
Texto: Francisco Rios
CALDAS RC 32-18 GUIMARÃES RUFC (5-2)
O Caldas RC recebia o último da tabela classificativa confiante após a vitória anterior frente ao
S.Miguel.
O Guimarães deslocava-se à cidade termal à procura de pontuar, após o desempenho muito interessante frente ao 3º classificado na jornada anterior. Perspectivava-se uma partida disputada, como aliás se tem vindo a assistir em todas as contendas desta 1ª Divisão do Rugby nacional.
Tarde a ameaçar chuva, o céu bem escuro o que obrigou a ligar a iluminação artificial, campo pesado ainda que em boas condições. Pena o pouco público presente, ao contrário do que tem sido a constante desta época.

Entrou muito decidida a equipa Vimaranense, surpreendendo uns Caldenses com dificuldade em
travar o “pack” adversário, mais pesado, concedendo faltas no “breakdown”.
Aos 4 minutos o chutador da cidade berço, Bruno Silva, aproveitou, com um magnífico pontapé a 50 metros, para transformar uma penalidade aos postes, inaugurando o marcador.
O Caldas procurava assentar o seu jogo e após uma troca de pontapés tácticos – o Guimarães jogava a favor do vento, o Caldas, aos 10 minutos, recuperou a oval e lançou rapidamente as suas linhas atrasadas com um pontapé do centro Jonathan Nolan a solicitar a entrada imparável do “arrière” Cláudio França que concretizou à ponta. Transformação difícil para Tommy Lamboglia que falhou por muito pouco.
Prosseguiram os Pelicanos no seu jogo à mão, mas, vários adiantados iam permitindo a resposta dos Vimaranenses que procuravam lançar o seu pack avançado e obrigavam ao recurso à falta, no solo. Aos 16 minutos, e de novo com uma magnífica transformação, a cerca de 40 metros, o médio de formação Bruno Silva colocou a sua equipa na frente.
Os visitantes acreditavam e passaram a pressionar nos 22 metros da equipa da casa que permanecia em cometer várias falhas de manuseamento nas suas tentativas à mão. Mas, aos 20 minutos, o centro Pelicano Oky D’Amato interceptou um passe e, decidido, contra-atacou correndo até aos 22 metros do Guimarães endossando com mestria a oval ao ponta Diogo Vasconcelos que só parou entre os postes. Transformação sem dificuldades do médio de abertura Caldense.
1º Quarto: Caldas RC 12-6 Guimarães RUFC.
Vantagem do Caldas resultante de 2 ensaios tipicamente de contra-ataque. Jogo disputado com o Guimarães a dominar territorialmente e no tempo de posse de bola.
A partida prosseguiu no mesmo estilo, o Caldas poderia ter marcado em novo contra-ataque do
endiabrado Diogo Vasconcelos, mas a ocasião gorou-se de novo por um adiantado no passe final.
O Guimarães respondia com determinação e, aos 31 minutos, aproveitando um erro da defensiva Caldense, que resultou num alinhamento nos 5 metros bem conquistado, montou uma série de fases que terminaram num “pick & go” final e no toque de meta do poderoso pilar José Pereira. Transformação competente de Bruno Silva e os vimaranenses de novo na frente do marcador.
Os Pelicanos empertigaram-se e, mais concentrados, colocaram o jogo nomeio-campo adversário,  com vários pontapés tácticos quer pelo médio de abertura Tommy Lamboglia quer pelo centro  Jonathan Nolan sempre a solicitar os ¾ ponta e o 15. Este último ia levando o Caldas para frente
causando cada vez mais problemas à defensiva adversária.
Como corolário deste ascendente o Caldas chegou ao ensaio aos 37 minutos pelo 2ª linha Wilson Bento após uma fase de ataque nos últimos 5 metros vimaranenses. A transformação, difícil, não resultou por pouco.
Não abrandaram os Pelicanos e com entradas decididas dos seus 2ª linhas iam criando muitos
problemas à defesa contrária. Uma penalidade assim conquistada, no final da primeira metade, foi exemplarmente convertida aos postes por Jonathan Nolan.
1ª Parte: Caldas RC 20pts (3E, 1T, 1P) / Guimarães RUFC 13pts (1E, 2T, 2P).
Resultado em aberto. O Caldas podia queixar-se de alguma precipitação na condução das suas jogadas à mão, o Guimarães, poderoso nos seus avançados mostrava que podia criar problemas.
A partida reiniciou-se na mesma toada. O Caldas, com o vento pelas costas pressionava a linha do Guimarães com pontapés, mas más definições no final das jogadas iam permitindo a resposta em contra-ataque do Guimarães.
Aos 53 minutos, na sequência de uma boa fase dos vimaranenses que tinham refrescado a sua avançada, a oval chegou ao pilar Paulo Pinheiro que reduziu o placard para apenas 2 pontos, concretizando o toque de meta.
O Caldas como que acordou e aos 58 minutos, finalmente numa jogada sem erros, a oval passou pela linha de 3/4s e chegou a Diogo Vasconcelos que, rapidíssimo, só parou debaixo dos postes. A transformação por Tommy Lamboglia foi um pro-forma.
3º Quarto: Caldas 27-18 Guimarães RUFC.
Continuaria o Caldas neste registo, ou o Guimarães voltaria a responder? Esta era a expectativa para os últimos 20 minutos.
A resposta do Caldas foi indiscutível. Instalando-se definitivamente nos 22 metros vimaranenses, os Pelicanos construíram várias oportunidades. Chegaram ao ensaio aos 68 minutos, mas o toque de meta foi invalidado por indicação do fiscal de linha – o 2ª linha Caldense terá pisado a linha lateral.
Aos 71 minutos uma jogada de compêndio. Pressão dos avançados Pelicanos sobre a linha de meta do Guimarães sobre a ponta esquerda, passe para Tommy Lamboglia que um “cross-kick” de antologia colocou na ponta direita, junto à bandeirola. Recepção nas alturas de Alex Vieira que, mesmo pressionado, concretizou o toque de meta.
Até final o jogo foi de domínio total do Caldas que esteve perto do sexto ensaio. O Guimarães com brio foi defendendo e impedindo o avolumar do resultado.
Resultado Final: Caldas RC 32pts (5E, 2T, 1P) / Guimarães RUFC 18pts (2E, 1T, 2P).
Vitória com justiça do Caldas, que teve na sua melhor capacidade técnica a sua arma.
Resposta sempre determinada do Guimarães, que manteve o resultado em aberto até ao último quarto. Rugby com princípios, o lugar na classificação talvez não espelhe a qualidade da equipa.
Texto: António Ferreira Marques


Sem comentários: