14 de dezembro de 2018

DEPOIS DA RELATIVA BONANÇA AÍ VEM MAIS UMA JORNADA QUE PROMETE AGITAÇÃO

A oitava jornada da Primeirona contou com as vitórias tranquilas do Montemor, em casa, frente ao Santarém por 46-24, do Évora em Guimarães por 34-55, e do Benfica na Vila da Moita por 3-49, , todas com o respectivo ponto de bónus assegurando a manutenção da distância entre entre segundo, terceiro e quarto da tabela.

E aquele trio reduziu a distância para a Lousã que lidera a classificação e que venceu também em Arcos de Valdevez por 12-20, mas sem direito a bónus, numa partida que a 10 minutos do fim ainda registava um placard de 12-13, depois de ter mostrado 3-6 ao intervalo, evidenciando as dificuldades dos beirões por terras do Vinho Verde.


Mas o resultado de maior nota foi a vitória do Caldas, sétimo da tabela, em casa, sobre o São Miguel, quinto da classificação, por 31-19, que não tendo provocado alterações na classificação lançou os pelicanos de novo na corrida pela quinta posição dos buldogs (com 19 pontos), com os cavaleiros no sexto lugar (com 17 pontos), já que os 16 pontos com que saiu da oitava jornada lhe dá o direito de ter essa aspiração.

CALDAS RC 31-19 CR SÃO MIGUEL (3-3)
As duas equipas apresentaram-se com diferentes estados de espírito à partida. O Caldas vindo de uma série de três derrotas e com vários jogadores sem estarem a 100% na sua condição física, o que os vinham a impedir de treinar, o São Miguel a realizar uma época muito positiva e a espreitar um lugar no top 4, que garante o play-off.
A tarde apresentou-se com algum vento, o “pitch” em boas condições ainda que pesado fruto de chuvas recentes. Bancadas compostas com público afecto aos pelicanos.

Cientes que esta partida seria uma prova de fogo ao seu Rugby, que não tem tido nos resultados a qualidade que se lhe reconhece, os pelicanos entraram muito concentrados e com grande sentido de equipa. A provar esta atitude, logo no minuto inicial, uma conquista em alinhamento a oval a ser trocada rápida pelas linhas atrasadas e o primeiro toque de meta a surgir por “Tommy” Lamboglia, entre os postes. Conversão fácil pelo “fly-half” caldense.
Empolgados os visitados instalaram várias jogadas rápidas à mão, sempre pela sua linha de ¾’s criando dificuldades à defesa bulldog.
Aos 6 minutos uma penalidade cometida pelo São Miguel, foi tentada aos postes por “Tommy” Lamboglia. Pontapé distante mas conversão com êxito, passando o marcador para 10-0.
Após a surpresa inicial os miguelistas reagiram, impuseram o seu jogo de avançados, que o Caldas apenas contrariava com recurso à falta. 
Aos 13 minutos, e na sequência de uma destas faltas os bulldogs jogaram a penalidade rápida, à mão, pelo poderoso pilar Robert Delai que concretizou o ensaio. Pontapé de transformação com êxito pelo médio de abertura, e capitão, André Lemos.
Não se perturbou o Caldas, a jogar com muita cabeça, e no reatamento conquistou uma penalidade, por jogo faltoso no solo, jogada à “touch”. Conquistado o alinhamento a oval foi exemplarmente jogada a toda a largura do terreno, passando por todos ¾’s pelicanos até chegar ao ponta Diogo Vasconcelos que concretizou o ensaio. Desta feita o pontapé de transformação não surtiu efeito.
O São Miguel insistiu no jogo de avançados e, aos 17 minutos beneficiou de uma penalidade, tentada aos postes, mas sem resultado.
1º Quarto: Caldas RC 15-7 CR São Miguel.
 
Dois estilos de jogo distintos, vantagem para o Rugby académico do Caldas.
Aos 20 minutos as faltas sucessivas que os pelicanos iam concedendo foram penalizadas com um “cartão amarelo” e 10 minutos no ”sin bin” ao 2ª linha Bruno Martins.
Na sequência de uma destas infracções, aos 21 minutos o poder do “pack” avançado do S. Miguel fez-se sentir. Jogada rápida dos bulldogs e entrada para ensaio do pilar Leandro Nunes. Conversão de André Lemos.
Com o marcador na diferença de apenas 1 ponto os miguelistas insistiram no jogo de avançados. Foi a vez de os pelicanos responderem com uma defesa corajosa e muito eficaz, equipa unida, todos os jogadores a colocarem tudo na luta das formações espontâneas. E sempre que recuperavam a bola, o sentido de contra-ataque estava sempre presente, com iniciativas do “três de trás” com a incorporação do defesa Cláudio França, a causar desequilíbrios.
Adivinhava-se o ensaio, pelo menos em três ocasiões esteve eminente, mas os bulldogs também defenderam com tudo.
Finalmente e na última jogada da primeira metade não foi possível ao São Miguel deter uma jogada de compêndio dos pelicanos, pelo centro do terreno. O toque de meta foi concretizado por “Oky” D’Amato e “Tommy” Lamboglia encarregou-se da transformação.
1ª Parte: Caldas RC 22pts (3E, 2T, 1P) / CR S. Miguel 14pts (2E, 2T).

O resultado premiava o melhor Rugby do Caldas a atacar e a união e coragem de toda a equipa a defender. O São Miguel concentrou todo o seu jogo nos avançados e, sempre que conseguiu causar problemas na defesa adversária, acabou por concretizar. A segunda metade antevia um jogo em aberto, residindo a questão na capacidade dos pelicanos resistirem ao maior poder físico dos bulldogs.
A partida reiniciou-se nos mesmos moldes. O São Miguel a pressionar sempre pelos avançados, o Caldas a defender com muita eficácia, e sem cometer as faltas que penalizaram na primeira metade, e a procurar colocar a oval no meio campo adversário, sempre que a recuperava, através de pontapés tácticos do seu médio de abertura a solicitar os pontas.
Aos 45 minutos, uma falta no “breakdown”, cometida pelos bulldogs, foi aproveitada por “Tommy” Lamboglia, que com um bom pontapé elevou a diferença do “score” para 11 pontos.
Fases sucessivas dos “forwards” miguelistas – cerca dos 50 minutos os visitantes encadearam perto de 15 fases de ataque, foram sendo travadas com placagens efectivas dos caldenses. Sentindo dificuldades nestas iniciativas o São Miguel passou a cometer muitas faltas nos “rucks”, aproveitadas pelo Caldas para colocar o jogo no meio campo adversário. Só os pouco eficazes alinhamentos, domínio onde não estiveram bem, ia impedindo os pelicanos de criar maiores dificuldades.
3º Quarto: Caldas 25-14 CR São Miguel

A defesa caldense a impor-se. O São Miguel sem alternativas ao jogo pelos avançados.
A jogar com Jonathan Nolan no lugar de “Tommy” Lamboglia, o Caldas manteve a cabeça fria e controlou o jogo no último quarto.
Sempre que a oportunidade surgia o Caldas iniciava contra-ataques cirúrgicos protagonizados pelos habituais médios e centros com a entrada decidida do 15, apenas parados com recurso à falta. E em duas dessas ocasiões, aos 68 e aos 73 minutos, Jonathan Nolan não hesitou e com magníficos pontapés elevou a contagem para 31 - 14, resolvendo a partida.
Não baixaram os braços os bulldogs, o que se espera de uma equipa de Rugby com brio, e, na bola de jogo conseguiram chegar a um terceiro ensaio, o que veio premiar o empenho que sempre puseram no campo.
Resultado Final: Caldas RC 31pts (3E, 2T, 4P) / CR S. Miguel 19pts (3E, 2T).
Texto: António Ferreira Marques


JORNADA FINAL DA 1ª VOLTA PROMETE MUITA AGITAÇÃO
Na jornada que encerra a primeira volta da prova, nada melhor que colocar os quatro primeiros frente a frente, com a Lousã, líder da competição, a receber o Montemor, segundo classificado, e o Benfica, quarto da tabela, a receber o Évora, que ocupa a terceira posição.
E se a Lousã tem dois pontos de vantagem sobre o Montemor (37 para 35) também o Évora tem dois pontos de vantagem sobre o Benfica (27-25), o que desde logo deixa em aberto a questão do posicionamento na tabela, com possível mudança entre os dois primeiros, e ainda entre o terceiro e quarto.

A Lousã é neste momento a única equipa apenas com vitórias, e a pergunta que fica no ar é se será capaz de aguentar a força dos mouflons, que tudo farão para terminarem a primeira volta na frente.
O Montemor apenas perdeu uma partida (com o Évora) e tem mostrado grande eficácia ofensiva, sendo a equipa com mais ensaios (53) e mais pontos (337) marcados, enquanto a Lousã tem a melhor defesa, tendo apenas sofrido 4 ensaios e 45 pontos.
Vamos ver se os alentejanos terão força para ultrapassar a defesa dos beirões, com o título de campeão da primeira volta em jogo.
Estádio de Rugby José Redondo, Lousã, sábado, 15,00 h

O Évora atravessou um período menos bom sofrendo duas derrotas nas segunda e terceira jornadas (com a Lousã e o São Miguel) e empatando com o Caldas na quarta jornada, mas recuperou bem e teve o seu momento mais alto ao derrotar o Montemor no sexto dia de prova.
O Benfica perdeu com os dois primeiros e ainda com o São Miguel, e ambas as equipas venceram as suas quatro últimas partidas, pelo que o embate será sério e de grande tensão!
Estádio 1º de Maio, Lisboa, sábado 17,30 h

Nas restantes partidas o São Miguel (5º classificado) recebe o CRAV (8º), o Santarém (6º) recebe o Vila da Moita (9º) e, finalmente o Caldas (7º) recebe o Guimarães (10º), e a tendência é para a vitória dos melhor classificados, ainda com a esperança num deslize do quarteto dianteiro que lhes permita suspirar por um lugar no playoff.
São Miguel - CRAV = Complexo Desportivo São João de Brito, Lisboa, sábado, 15,00 h
Santarém - Vila da Moita = Campo da Escola Prática de Cavalaria, Santarém, sábado, 15,00 h
Caldas - Guimarães = Estádio de Rugby, Caldas da Rainha, sábado, 15,00 h

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