18 de julho de 2009

CALENDÁRIO DA SELEÇÃO DE SEVENS

Tive agora acesso ao Calendário de Provas da FPR que me levanta algumas dúvidas, já que o documento que me chegou apresenta diversas versões em eventual conflito. Para falar apenas de Sevens, umas vezes o documento indica a participação da Seleção nos torneios de Dubai, África do Sul, Nova Zelândia e USA, entre outros, mas numa outra vez a participação nesses torneios desaparece. Para simplificar e porque não quero acreditar que a ausência a esses torneios foi sequer cogitada, vou considerar, para efeito da atividade internacional da seleção de sevens, como verdadeiro o calendário que refere essas participações. Vai ser uma época muito difícil, com a necessária preparação da Seleção de XV para os jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo. Essa deve ser, realmente, a prioridade do rugby português para este ano. Mas o que vai acontecer com a equipa de Sevens agora residente do Circuito Mundial? Na verdade não se faz qualquer referência à sua preparação, surgindo ela como remanescente da preparação da seleção de XV. Ora isto é que está errado! Não podemos continuar a olhar para a seleção de sevens como uma grupo de turistas que hoje vão passear ao Dubai e à África do Sul, até para dar uma relaxada depois dos jogos de preparação da equipa de XV, amanhã juntam-se aqueles que sobrarem da escolha para a participação nos jogos contra a Rússia e a Geórgia e despacham-se para a Nova Zelândia e os USA, e depois, como recompensa para aqueles que disputaram os jogos de apuramento para o Mundial de XV, lá surgem umas viagens a Hong Kong e Austrália, Londres e Edimburgo. Isto está errado! É tempo de mudar, e o tempo é agora! Mais tarde será tarde demais! Já disse várias vezes – e quando digo “já disse” quero dizer publicamente e com o meu nome por baixo – que é altura de começar a preparar uma nova seleção de sevens, para participar nos Campeonatos do Mundo de Sevens de 2013 e 2017, e eventualmente, nos Jogos Olímpicos de 2016. Que melhor altura do que esta, em que os jogadores mais maduros estarão completamente envolvidos na participação nos jogos de apuramento para o Campeonato do Mundo de XV, para pegar num grupo novo e dar espaço e tempo para que se preparem para nos representar em grandes competições internacionais? E como não gosto de falar só para dizer que está mal, sugiro que se jogue ainda este ano, no final do verão, antes das competições nacionais, um torneio de equipas regionais de sevens que ocupe vários fins de semana, (e no futuro se jogue o campeonato nacional de sevens antes das outras competições - ou seja, em Agosto e Setembro - seguido de um campeonato de seleções regionais) servindo esta competição para a escolha de um grupo alargado de jogadores que farão parte dos trabalhos de seleção nacional de sevens. E posso dizer mais, porque acredito no jogador português e na sua enorme habilidade/capacidade para jogar sevens. Posso dizer que é tempo de ter em simultâneo não uma equipa de sevens, mas para já duas, disputando uma o Circuito Mundial e outra os torneios do Campeonato da Europa. Podem sorrir, podem mandar bocas. Mas em 1986 também gozaram comigo pela ambição do Lisboa Sevens, e depois foi o que se viu: rapidamente se transformou num dos mais importantes torneios do Mundo e os jogadores portugueses demonstraram bem o que queriam com a sua participação nele. E mais tarde também gozaram comigo quando levei uma (uma não, duas) equipas nacionais a Benidorm, como preparação para o apuramento do 1ª campeonato do Mundo de Sevens, na Catania, (e não conseguimos esse apuramento por uma migalha...), mas hoje a nossa seleção é uma das mais respeitadas pelo Mundo fora. Portanto chamem-me o que quiserem, mas se querem realmente ter uma grande seleção de sevens, terão de fazer o que eu digo – os jogadores estão aí. É só dar-lhes a oportunidade de aparecerem, de crescerem, de se afirmarem!