13 de maio de 2009

Rugby de XV e Rugby de VII - Parte 2

Caim e Abel? 

Desde cedo que algumas pessoas influentes do nosso meio rugbístico olharam com desprezo e desconfiança para o Rugby de VII e para quem o promoveu, por quem o jogou com entusiasmo, ou por quem o ajudou a divulgar, quer nos jornais, quer na televisão.

Essas pessoas defendem a teoria de que o Rugby de VII é um desporto menor, uma expressão simples, quer técnica quer taticamente, e que a única utilidade que, eventualmente poderia ter em Portugal, seria a de promover uma certa aproximação do público ignorante ao nobre Rugby de XV.


Não vou sequer alimentar esta discussão, já que os fatos falam por si só, e hoje, o Rugby de VII é jogado em todo o mundo de uma forma tão séria como o Rugby de XV, e que a International Rugby Board e a AER-FIRA o levam tão a peito que estão fortemente empenhadas na tentativa da sua inclusão no programa dos Jogos Olímpicos.

Aliás quero fazer aqui uma referência a esta questão: constou-me que o Vasco Lynce, antigo internacional português e atualmente membro do Comitê Olímpico de Portugal estaria a fazer uma campanha dirigida ao membro português do Comitê Olímpico Internacional (Lima Bello), para que este vote contra aquela inclusão na Assembléia do COI que terá lugar no próximo Outono.

Será verdade?
A ser verdade muito me decepciona.
Mas quero acreditar que não passa de má língua.

A inclusão do Rugby de VII no programa Olímpico faria mais pelo Rugby de XV pelo mundo fora, do que o vôlei de praia fez pela variante completa daquela modalidade.

E seria por certo uma lufada de ar fresco no ambiente olímpico... Mas voltemos ao Rugby de VII.

Qualquer um que tenha jogado a variante em alguma altura da sua vida se deve lembrar de como o relvado parece grande, de como a linha de meta está longe, de como qualquer pequena falha individual provoca um “ohhhhhh...” de desilusão nas bancadas...

Na verdade, hoje, para participar no jogo reduzido é imprescindível estar em excelente forma física, ser impecavelmente skilful – não só conhecer e ser capaz de executar qualquer técnica individual ou coletiva, como executá-la no momento adequado - ter uma extraordinária disciplina tática e uma resistência psicológica de ferro.

Em resumo, jogar Rugby de VII não é para qualquer um.
Apenas os melhores o podem fazer a nível de seleção.

No VII nada se esconde, tudo se transforma, chega-se ao céu em catorze minutos e cai-se no esquecimento noutros catorze...

Quem agüentar esta pressão é, com certeza, um super atleta! A seguir vem a Parte 3 – Quem prejudicou, quem foi prejudicado?

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