10 de maio de 2018

CRAV VENCE PRIMEIRONA (CN2) COM TRAVO AMARGO NA BOCA...

O Clube de Rugby de Arcos de Valdevez venceu o Campeonato Nacional da 1ª Divisão (CN2) batendo na final o Clube de Rugby São Miguel por 13-11.

O equilíbrio foi a nota dominante da partida - como o próprio resultado reflecte - acabando por sair vencedora a equipa que teve um comportamento mais equilibrado ao longo da época, e que soube aproveitar da melhor forma as circunstâncias próprias da partida final.


Recorde-se que o CRAV terminou a fase de apuramento na liderança da classificação, tendo defrontado e vencido o Guimarães (quarto classificado) na meia final por 25-0, enquanto o São Miguel, terceiro da tabela, defrontou e venceu o Caldas, segundo na classificação, por 17-15.

AMARGO DE BOCA
Este ano, fruto de uma sequência infeliz de decisões sobre o formato das competições nacionais, três equipas foram automaticamente rebaixadas de divisão - CR Técnico, Bairrada e Loulé, além do Vitória de Setúbal que nem se estreou na prova.
Mas os despautérios não ficaram por aí, e da mesma forma como o sexto classificado da Primeirona teve que disputar um Play-off de manutenção contra o Campeão Nacional da 2ª Divisão - já falaremos deste absurdo mais abaixo - também o CRAV vencedor por mérito próprio do campeonato, vai ter que discutir a sua subida ao escalão principal, num play-off a uma só mão, contra o oitavo classificado daquele escalão - Divisão de Honra ou CN1.
Não bastasse o recurso a este play-off não ter qualquer cabimento, acresce que esse encontro será disputado a uma só mão, no campo do oitavo classificado da divisão principal!!!!
Porquê???

Se é compreensível que na fase eliminatória duma divisão, haja algum benefício para as equipas com melhor classificação na fase de apuramento, o mesmo não se aplica a duas equipas que disputaram competições diferentes, sem qualquer contato entre elas.
E a haver uma equipa beneficiada ela deveria ser aquela que lutou arduamente para ser a vencedora da prova, e não o oitavo - oitavo!! - classificado que pouco fez para ter uma época de destaque.

Mas já que estamos a falar de regulamentos - que são produzidos pela direção federativa sem intervenção prévia de mais ninguém! - deparei há poucos dias com uma situação que me deixou sem saber o que dizer.
A história conta-se em poucas palavras:
Um clube de fora de Lisboa, utilizou alguns jogadores indevidamente nos seus escalões de formação.
Não se pense que foram utilizar estrangeiros ou outros quaisquer especialistas - utilizaram jogadores Sub-16 na equipa Sub-18 (e vice versa, o que está errado), e jogadores que jogaram apenas alguns minutos numa das equipas, voltaram a jogar alguns minutos no jogo seguinte.
A equipa adversária participou dos factos - que a equipa infractora não tentou esconder - e a FPR abriu o respectivo processo disciplinar.
Até aqui, menos mal.
O que me espantou foi que nas notas de culpa expedidas pelo Conselho de Disciplina se diz que os factos são puníveis com suspensão da actividade por seis semanas para cada jogador.

Ora acontece que nos recentes acontecimentos muito badalados da Tapada, os castigos aplicados a jogadores foram de 3, 4 e 5 semanas de suspensão de actividade!
Ou seja, a aplicarem-se as sanções indicadas nas notas de culpa, os garotos daquele clube seriam punidos com castigos mais pesados que os intervenientes no espectáculo da Tapada.

Soube mais tarde que o Clube infractor acabou punido com uma multa de 2.100,00 euros, valor superior ao aplicado a Agronomia e Direito - 2.000,00 a cada um!!

Qualquer coisa está errada nesta teia regulamentar, e enquanto os clubes não assumirem que devem fiscalizar tudo isto, vai continuar o festim!

ESCOLINHA DE RUGBY DA GALIZA VENCE CAMPEONATO, MAS NÃO SOBE
Também o Campeão Nacional da 2ª Divisão (CN3) não teve acesso direto ao escalão superior, acabando por perder o play-off que teve que disputar no terreno do sexto classificado da 1ª Divisão, o Rugby da Vila da Moita.

Tudo o que se disse acima em relação ao play-off entre o oitavo classificado da divisão principal (Técnico) e CRAV se aplica a este outro play-off, e mais uma vez é urgente rever toda a estrutura das competições nacionais, olhando para os interesses do rugby nacional e não para os interesses deste tio ou daquele, desta quinta ou daquela...

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