O Mão de Mestre sempre tem defendido que o rugby não é propriedade de uns poucos iluminados e considera que todos devem ter oportunidade de expor os seus pontos de vista na tentativa de salvaguardar o que é mais importante na comunidade oval - o sentido de pertencer a um grupo, de fazer parte de qualquer coisa que nos acompanha por toda a vida.
Hoje abrimos as nossas páginas a um antigo praticante, que nos dá a sua opinião sobre o momento que atravessamos.
*Carlos Dores
Antigo praticante da modalidade aqui deixo o
meu contributo na tentativa de compreender o actual contexto do Rugby Nacional e
a encontrar as melhores soluções, já que em termos comportamentais da generalidade dos agentes, fica
a ideia de que não houve evolução, desenvolvimento, nestas últimas quatro décadas.
O que aconteceu no passado fim de semana numa das meias-finais do CN1 não é
mais do que a consequência de muitos outros episódios que não deviam acontecer,
mas que aconteceram ao longo das mais variadas épocas.
Não vou adjectivar ou qualificar o que se passou na Tapada
por dois motivos: não estive lá (mas sim no Jamor a participar noutras
iniciativas em prol da modalidade e onde também aconteceram alguns arrufos) e
não vou adiantar nada aos comentários que tenho lido sobre o tema.
Chegados a este ponto, das duas uma: continuamos a bater no
ceguinho, a tentar desviar a atenção do importante ou queremos fazer parte da
solução, porque simplesmente já não é possível alterar nada! Há que aprender
com os erros para não os voltar a repetir e que este episódio seja o ponto de
partida para uma radical mudança que todos querem que aconteça na modalidade.
Desempenhando episodicamente as “novas” funções de Delegado ao
Jogo sob o patrocínio da FPR e como forma de contribuição pessoal, coloco
algumas questões:
- É o caso do Agronomia-Direito uma ocorrência única na
presente época e que nada fizesse prever que tal poderia acontecer?
- É a responsabilidade dos factos de um único sector/área
dos diversos intervenientes (jogadores, dirigentes, árbitros, membros
federativos, clubes…) no “jogo”?
- Como é possível decidir sobre o que se desconhece e/ou
quando não se está presente?
- Qual a missão de quem “lidera” os vários sectores que
integram o panorama do Rugby Nacional?
A grande diferença entre o que se passava há 40 anos (quando
Portugal se igualava à Itália em termos de resultados) é que hoje em dia há
recursos que podem ser utilizados para ser criado e construído um edifício
desportivo bem mais salutar e convidativo para o sustentado desenvolvimento do
Rugby em Portugal.
De que serve termos magníficos jogadores nas selecções mais
jovens, como muito bem o Pedro Sousa Ribeiro aludiu neste mesmo espaço, se, em
seguida, são os exemplos menos positivos que ficam retidos na memória e
perduram como uma lâmina sempre pronta a cortar?
Quem e quantos escreveram sobre o facto da selecção de
sub-20 ter sido campeã da Europa?
Há que liderar pelo exemplo!
Os Códigos de Conduta e os regulamentos não podem ser meras peças decorativas.
Há que promover e divulgar os verdadeiros Valores do Rugby, entre os quais humildade e respeito ocupam lugar de destaque.
Numa perspectiva conclusiva, é fundamental estarmos atentos à comunicação e que os diversos agentes, em vez de se concentrarem nas diferenças, se movam pelo que os une apesar da diversidade de ideias e conceitos.
Os Códigos de Conduta e os regulamentos não podem ser meras peças decorativas.
Há que promover e divulgar os verdadeiros Valores do Rugby, entre os quais humildade e respeito ocupam lugar de destaque.
Numa perspectiva conclusiva, é fundamental estarmos atentos à comunicação e que os diversos agentes, em vez de se concentrarem nas diferenças, se movam pelo que os une apesar da diversidade de ideias e conceitos.
É importante unificar e não dividir!
Em muitos e diversificados momentos, tenho constatado que a componente física, técnica e táctica são preponderantes nas acções de formação.
Em muitos e diversificados momentos, tenho constatado que a componente física, técnica e táctica são preponderantes nas acções de formação.
Contudo, hoje é reconhecido que o treino mental e emocional faz toda a diferença.
Por último e como mais uma sugestão, certamente há disponibilidade por parte dos Lobos mais antigos de ajudarem e integrarem um lote de seleccionáveis que podem transmitir o seu know how e contribuir com mais valias que não serão certamente dispiciendas.
Por último e como mais uma sugestão, certamente há disponibilidade por parte dos Lobos mais antigos de ajudarem e integrarem um lote de seleccionáveis que podem transmitir o seu know how e contribuir com mais valias que não serão certamente dispiciendas.
Carlos Dores
Lisboa, 3 de Maio de 2018
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