13 de julho de 2017

UMA PROPOSTA VITORIOSA, QUE CONDUZ A LADO NENHUM

Teve lugar no passado dia 8 uma importante Assembleia Geral da FPR sobre o assunto do momento: a impossível situação financeira da federação,  e como ela deverá/poderá ser resolvida.

Na mesa as propostas da FPR, do CRAV  e de seis clubes de Lisboa.

E foi esta proposta dos seis clubes de Lisboa - dos seis poderosos, dos seis magníficos - que mereceu vencimento, mas ela constitui uma mão cheia de nada, para além de revelar uma infantil ignorância dos proponentes sobre assuntos que a todos dizem respeito.


Revelando a sua manifesta ignorância,  os clubes em questão - CDUL, Agronomia,  Direito, Cascais, Técnico e Belenenses - na ânsia e desiderato de escaparem a um aumento da taxa de afiliação e a suportarem os seguros desportivos,  medidas sugeridas pela FPR, avançaram com a proposta de que a verba de 130.000, 00 € destinada ao Desenvolvimento poderia ser desviada para outras áreas,  e nessa situação,  os clubes assumiriam eles próprios, o Desenvolvimento.

Acrescentaram na mesma proposta que para prefazer os 200.000, 00 € em falta, se cortem 7/12 nas verbas destinadas aos árbitros.

Sem cuidarem de apurar a disponibilidade dos demais clubes nacionais para participarem no Desenvolvimento,  os já referidos seis clubes ignoraram simplesmente que a verba disponibilizada pelo IPDJ para esse fim, está e é disponibilizada, também,  mediante Contratos Programa celebrados entre o Estado, a FPR e as Associações Regionais,  não podendo ter outro destino que não o contratualizado.

Ou seja, de nada serve à FPR, para fazer face ao deficit orçamental, levar à prática  a medida aprovada em Assembleia Geral,  já que a mesma constitui uma impossibilidade,  dado que as contrapartidas financeiras recebidasmdo IPDJ para o Desenvolvimento apenas podem ser aplicadas nessa área,  sendo que se não o forem, as mesmas verbas não são disponibilizadas.

É lamentável que seis dos maiores clubes portugueses ignorem tal facto.

Sempre se acrescenta por outro lado que não se alcança como é que os referidos clubes poderiam assegurar as ações inerentes a esse Desenvolvimento do Jogo, manifestas e conhecidas que são as suas limitações de meios, humanos e materiais.

De uma panada a proposta vencedora pretende, de forma objetiva,  acabar também com as Associações Regionais.

O Mão de Mestre sempre manifestou discordância face a algumas políticas da FPR, não só de agora, facto que é público e notório.
Desta vez aponta o dedo aos seis clubes e responsabiliza-os por uma proposta totalmente descabida e reveladora da impreparação dos mesmos para uma abordagem séria dos problemas do rugby português.

Convém também salientar que os clubes que se abstiveram na votaçãom, da proposta, e que permitiram a sua aprovação,  são co-responsáveis por tal decisão,  demonstrando eles também não terem condições para discutir seriamente o futuro do rugby nacional.

Pobre Rugby Português!

2 comentários:

Duarte disse...

Bom dia. O que é que o CRAV propunha? Era interessante saber.

Antonio Ramiro disse...

O resultado da assembleia é claro , mesmo considerando e concordando com o que foi dito neste artigo , não existe margem de dúvidas que uma votação massiva contrária aos interesses deste presidente é um cartão vermelho .

Mais uma saída na direção , o que da original não resta ninguém , abandonado pelas seus principais apoiantes com quem foi a votos , clara perda de legitimidade para continuar seria hora de tirar consequências e se retirar .

Sem margem de manobra , clubes contra , os piores resultados da história define o estado atual , cabe a este presidente saber sair e não passar pela vergonha de ser retirado .