Teve lugar no passado dia 8 uma importante Assembleia Geral da FPR sobre o assunto do momento: a impossível situação financeira da federação, e como ela deverá/poderá ser resolvida.
Na mesa as propostas da FPR, do CRAV e de seis clubes de Lisboa.
E foi esta proposta dos seis clubes de Lisboa - dos seis poderosos, dos seis magníficos - que mereceu vencimento, mas ela constitui uma mão cheia de nada, para além de revelar uma infantil ignorância dos proponentes sobre assuntos que a todos dizem respeito.
Revelando a sua manifesta ignorância, os clubes em questão - CDUL, Agronomia, Direito, Cascais, Técnico e Belenenses - na ânsia e desiderato de escaparem a um aumento da taxa de afiliação e a suportarem os seguros desportivos, medidas sugeridas pela FPR, avançaram com a proposta de que a verba de 130.000, 00 € destinada ao Desenvolvimento poderia ser desviada para outras áreas, e nessa situação, os clubes assumiriam eles próprios, o Desenvolvimento.
Acrescentaram na mesma proposta que para prefazer os 200.000, 00 € em falta, se cortem 7/12 nas verbas destinadas aos árbitros.
Sem cuidarem de apurar a disponibilidade dos demais clubes nacionais para participarem no Desenvolvimento, os já referidos seis clubes ignoraram simplesmente que a verba disponibilizada pelo IPDJ para esse fim, está e é disponibilizada, também, mediante Contratos Programa celebrados entre o Estado, a FPR e as Associações Regionais, não podendo ter outro destino que não o contratualizado.
Ou seja, de nada serve à FPR, para fazer face ao deficit orçamental, levar à prática a medida aprovada em Assembleia Geral, já que a mesma constitui uma impossibilidade, dado que as contrapartidas financeiras recebidasmdo IPDJ para o Desenvolvimento apenas podem ser aplicadas nessa área, sendo que se não o forem, as mesmas verbas não são disponibilizadas.
É lamentável que seis dos maiores clubes portugueses ignorem tal facto.
Sempre se acrescenta por outro lado que não se alcança como é que os referidos clubes poderiam assegurar as ações inerentes a esse Desenvolvimento do Jogo, manifestas e conhecidas que são as suas limitações de meios, humanos e materiais.
De uma panada a proposta vencedora pretende, de forma objetiva, acabar também com as Associações Regionais.
O Mão de Mestre sempre manifestou discordância face a algumas políticas da FPR, não só de agora, facto que é público e notório.
Desta vez aponta o dedo aos seis clubes e responsabiliza-os por uma proposta totalmente descabida e reveladora da impreparação dos mesmos para uma abordagem séria dos problemas do rugby português.
Convém também salientar que os clubes que se abstiveram na votaçãom, da proposta, e que permitiram a sua aprovação, são co-responsáveis por tal decisão, demonstrando eles também não terem condições para discutir seriamente o futuro do rugby nacional.
Pobre Rugby Português!
2 comentários:
Bom dia. O que é que o CRAV propunha? Era interessante saber.
O resultado da assembleia é claro , mesmo considerando e concordando com o que foi dito neste artigo , não existe margem de dúvidas que uma votação massiva contrária aos interesses deste presidente é um cartão vermelho .
Mais uma saída na direção , o que da original não resta ninguém , abandonado pelas seus principais apoiantes com quem foi a votos , clara perda de legitimidade para continuar seria hora de tirar consequências e se retirar .
Sem margem de manobra , clubes contra , os piores resultados da história define o estado atual , cabe a este presidente saber sair e não passar pela vergonha de ser retirado .
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