Depois de um sufocante e espectacular jogo, entre a Argentina e a Irlanda, estava tudo à espera de poder “descansar” um pouco, com a disputa da última vaga para as meias-finais – o jogo entre a Austrália e os underdogs escoceses, os últimos bastiões e esperança, do hemisfério norte.
Os primeiros já tinham despachado a Inglaterra para o sofá e Gales para as garras dos sul-africanos. A Escócia chegou a estes quartos de final, depois de uma fase de grupos bastante competente e em que demonstraram um rugby bastante dinâmico e intenso.
Ainda assim, um pouco longe das equipas do hemisfério sul, habituadas a outro ritmo, pressão e competição.
Mas não se pode dizer que a Austrália estaria desprevenida, pois durante a semana, o seu treinador disse que os seus jogadores tinham que estar preparados para sofrer e que provavelmente iriam ter o jogo mais difícil até então.
E mais, fez questão de (re)lembrar aos seus jogadores, a situação semelhante em que se encontravam no mundial de 2007, quando perderam frente à Inglaterra, precisamente nos quartos de final. Faziam parte dessa equipa, Ashley-Cooper, Drew Mitchell, Giteau e Stephen Moore.
Mas vamos ao jogo e que jogão, mais um, deste grande mundial!
A Austrália começou melhor e conseguiu ficar praticamente os 10 minutos iniciais, no meio campo escocês e dentro dos 22 metros.
Mas vamos ao jogo e que jogão, mais um, deste grande mundial!
A Austrália começou melhor e conseguiu ficar praticamente os 10 minutos iniciais, no meio campo escocês e dentro dos 22 metros.
Não foi com surpresa que marcou o seu primeiro ensaio, logo aos 8 minutos. Estava tudo à espera que embalassem, com a facilidade que a Nova Zelândia tinha “atropelado” a França ontem.
Mas as surpresas e as diferenças, estavam nas reacções que a equipa escocesa ia demonstrando, desde logo na pressão, obrigando a inúmeros erros de handling e de tomada de decisão, nas formações ordenadas, área que a Austrália tinha dominado até então e depois, no jogo do chão e na conquista de vários turn-overs.
Muito bem comandados pelo capitão, formação e chutador exímio - Laidlaw - que foi mantendo o jogo longe da sua área e com os seus pontapés aos postes, a castigarem as faltas australianas, foi-se mantendo sempre dentro do resultado.
O primeiro ensaio da Escócia, obtido inteligentemente pelo centro P. Horne, surgiu num erro básico da defesa (sem “poste” num ruck a 5 metros da linha de ensaio).
Foley parecia um “walking dead”, a fazer avants e a falhar pontapés, Genia estava lento e previsível e Hooper desesperava por Pocock e Folau, afastados deste jogo devido a lesão.
Apesar destes pequenos grandes contras, a Austrália, manteve alguma compostura e paciência e conseguiu marcar um ensaio muito bem construído e finalizado por Drew Mitchell na ponta.
A Escócia aumentava o resultado para 16-10, uma vez mais por Laidlaw e uma vez mais, por uma falta na formação ordenada, onde S. Sio estava em claras dificuldades e se calhar, a pensar já na formação ordenada argentina.
Ainda antes de acabar a primeira parte, uma decisão interessante do capitão australiano, Moore, ao jogar uma penalidade chutável (?), para o alinhamento – maul – Hooper…, ensaio!
Ao intervalo a Escócia ainda vencia por 16-15. Adivinhava-se uma segunda parte emotiva, mas ao mesmo tempo, pensava-se, até quando resistiria o fighting spirit dos Bravehearts escoceses. 60’, 70’, 78’…?
Ainda por cima, logo no primeiro minuto, numa decisão um pouco “puxada”, o Sr. Joubert, com a ajuda do TMO, mandou para o sin-bin, o ponta Maitland, por alegado avant propositado.
que é facto é que dessa penalidade e consequente alinhamento, os australianos, depois do habitual maul dinâmico formado, jogaram para o lado fechado e marcaram por Drew Mitchell, precisamente onde faltava um jogador.
Mais uma falta de Siu na primeira linha e mais 3 pontos para Laidlaw e depois, ainda com um jogador a mais, a Austrália viu um ensaio (bem) anulado, pois Genia fez um pequeno avant a tirar a bola de um ruck, apenas visível aos “olhos” do TMO.
A partir daí, Foley começa a aquecer o pé, consegue o seu primeiro pontapé depois de ter falhado 3, mas logo a seguir, “gela-lhe” rápida e novamente o pé, ao demorar muito tempo a chutar, sofreu um “contra” e depois de um excelente offload de Russell, Seymour marca e passa o resultado para 24-25.
Game on, mas a Austrália volta a marcar um ensaio por Kuridrani e com a conversão de Foley, levava o resultado para uns “confortáveis” 8 pontos de diferença e com “apenas” 15 minutos para jogar.
De novo a Escócia a pressionar e tem uma penalidade fácil, que decide chutar aos postes e diminuir a diferença para 5 pontos. E a 5’ do final, já com a chuva a invadir Twickenham, o pilar australiano Slipper, teve uma “paragem cerebral” e em vez de perfurar, hesita e faz um passe directamente para as mãos do segundo centro escocês, Bennett, que marca entre os postes, ficando o resultado, depois da fácil conversão de Laidlaw, em 34-32 para a Escócia, com cerca de 7 minutos para jogar até ao final, que acabou em controvérsia, pois o Sr. Joubert, considerou um offside intencional a um jogador escocês, que podia ter evitado jogar a bola, que tinha eventualmente vindo para frente de um ressalto de um colega seu. O Sr. Joubert foi peremptório e usou a sua autoridade legítima, não consultado o TMO, para uma decisão que se sabia polémica, a 2 minutos do fim do jogo, que dava o passaporte para as meias finais.
Foley passou então de “vilão” a herói e fez jus à sua alcunha de Iceman e converteu a penalidade que fixava o jogo em 35-34 para a Austrália.
Muitos créditos para esta Escócia, excelentemente bem preparada pela equipa técnica liderada por Vern Cotter.
Muitos créditos para esta Escócia, excelentemente bem preparada pela equipa técnica liderada por Vern Cotter.
Um escândalo a decisão final do Joubert. A bola vem do Phipps não do Strauss. Como ele vê o que não aconteceu. Inaceitável a este nível. A Escócia foi verdadeiramente espoliada da final. Um dia negro para o rugby (para a World Rugby), que tanto apregoa a defesa da verdade desportiva.
ResponderEliminarConcordo com a opinião anteriormente expressa pelo Luís Canongia, acrescentando, ainda, que o esbulho começou com a forçadíssima suspensão de Maitland que, pelas imagens, queria claramente interceptar e apoderar-se da oval.
ResponderEliminarCraig Joubert deve ser excluído deste Mundial e a World Rugby deverá rever bem o seu painel de árbitros.