A participação de Portugal no Dubai Sevens foi bastante positiva, pese embora um segundo dia só com derrotas, depois de perdermos nas meias finais da Plate frente ao Canadá por 7-28.
Foi um castigo pesado para os Linces, embora a este nível esta seja a consequência natural de erros que se cometem, faltas que não se deveriam cometer...
Não basta atitude, é necessário acertar, não perder a posse da bola, não defender com suavidade...
Uma falha individual paga-se cara, e uma doçura na defesa geralmente dá a continuidade da posse da bola ao adversário, em posição de vantagem numérica...
O Sevens - como o XV - é um jogo eminentemente de equipa, onde as falhas individuais se pagam caras, mas onde um jogador de grande classe, como o Pedro Leal é, faz a diferença.
Hoje, com a sua ausência, que julgamos ficar a dever-se a alguma lesão, Portugal esteve em desvantagem.
A FPR continua a sua política de silêncio, não dando qualquer justificação do que se vai passando, e deixando todos os que se interessam pela nossa equipa nacional na mais absoluta ignorância de tudo o que não é transmitido por outros organismos, como a IRB.
Só gostava de entender porque isso acontece...
Há mais alguma lesão na equipa? A lesão de Leal vai impedi-lo de jogar em Port Elizabeth? Quando e em que circunstâncias se lesionou o nosso playmaker?
O rugby é um jogo de equipa de equipa, mas não é razoável que não se explique ao público o que se passa com a ausência do nosso melhor jogador da variante, de todos os tempos.
Portugal já teve grandes jogadores de sevens, de que se destaca o conjunto do Cascais nos anos 80/90, mas a verdade é que nenhum deles foi tão completo como o pequeno Leal - joga à mão, joga com os pés, chuta aos postes, distribui jogo, lê o que se passa e toma decisões, ataca e defende...
A sua falta na equipa pode explicar algumas coisas, como é natural, nestas duas derrotas do segundo dia de competição, mas não pode servir de desculpa para duas exibições que nada têm a ver com as que ontem foram produzidas.
E é isto que se exige de uma equipa: que consiga resolver os problemas gerados pela ausência do seu melhor jogador, tendo embora consciência que o nível geral terá que baixar sem ele.
E Portugal não foi capaz de o fazer.
Também não serve de consolação dizermos que o mesmo aconteceu a outras equipas, com a ausência de alguns dos seus mais influentes elementos - nomeadamente à Inglaterra e à África do Sul - pois ninguém no seu perfeito juízo retirará mérito às duas brilhantes vitórias conseguidas ontem frente a esses mesmos adversários, e nós também não vamos utilizar esse cliché de termos perdido porque fulano não jogou...
Perdemos porque não soubemos aproveitar as oportunidades que tivemos, a posse de bola de que desfrutámos, cometendo erros técnicos individuais imperdoáveis, e faltas absolutamente infantis, em sucessão.
Perdemos porque os adversários simplesmente foram melhores do que nós e nós não tivemos capacidade para contrariar essa superioridade.
No primeiro dia marcámos oito ensaios, tantos quantos sofremos, e hoje sofremos também oito, mas não marcámos mais do que três. E ponto final.
Mas apesar de um dia fraco, a participação no Dubai Sevens foi positiva, sim.
Bastariam os resultados dos jogos do primeiro dia para o podermos afirmar, mas temos outros motivos para o fazer.
As exibições de ontem dos Linces foram muito superiores ao que têm produzido nos últimos meses, diria mesmo em toda a época anterior e início desta, a concentração dos jogadores foi muita, a sua determinação também.
Os novos jogadores conseguiram entrar na equipa sem que fosse possível perceber (ou quase...) a sua falta de experiência.
E os jogadores mais velhos - de que destacamos Pedro Leal e também Gonçalo Foro - até pareciam mais novos...
Foi bom ver a equipa jogar, e mesmo se os resultados tivessem tombado para os adversários, se poderia dizer o mesmo.
Claro está que é justo também fazer uma referência a Frederico de Sousa, afinal o primeiro responsável pela equipa, na derrota mas também na vitória.
Reconhecendo embora que também o treinador melhorou, aprendeu com o andamento da equipa, não podemos embandeirar em arco e pensar que tudo está resolvido.
Longe disso, mas não nos alargamos hoje na análise dessa questão, até porque não seria justo fazê-lo, num fim de semana em que todos estão de parabéns.
Vamos esperar pelo próximo torneio para saber se esta melhoria, verificada no primeiro dia de prova, se mantém, se a equipa começa a ter uma outra consistência, e - no caso de Pedro Leal continuar impedido - se o conjunto nacional é ou não capaz de reagir à ausência do seu mais destacado elemento.
Fiquem com a Ficha do Jogo contra o Canadá, último de Portugal do Dubai 7's 2012.
Fotos: Jorge Ferrari
a new beginning? seria estupendo que a injecao de juventude pudesse energizar uma equipa que estava visivelmente cansada, fisica e mentalmente, e leva-la para outro patamar onde os niveis de concentracao e que fazem a diferenca entre ganhar e perder.
ResponderEliminartera Frederico Sousa a capacidade para elevar a equipa de 7s para esse patamar? as exibicoes do 1 dia no Dubai dao-lhe pelo menos o credito de poder continuar a tentar mas este ano tera que ser o ano em que agarra na equipa ou sucumbe. boa sorte e parabens pelo Dubai
A questão que deixou no ar é central, do meu ponto de vista, a resposta à sua questão pode encontrá-la no fim do jogo Inglaterra - Portugal quando o Prof.Sousa apresentou aquele semblante zangado pela vitória de Portugal.
ResponderEliminarAqueles rapazes de 18 anos , Campeões Europeus de Sub19, mostraram ao Sr.Prof. como é.
Neste fim de semana ficou bem demonstrado a capacidade do Prof. quando infelizmente, por lesão, ficámos sem o Pedro Leal.
Felizmente para Portugal, além daqueles fantásticos 4 jogadores de 18 anos que vimos a jogar no Dubai existem mais algumas dezenas do mesmo nível, fruto do trabalho dos clubes de norte a sul do País.
Todos estes jogadores merecem mais por parte da FPR.
Acredito que o râguebi português vencerá apesar de não acreditar no corpo técnico da FPR, oxalá me engane.
A opinião de alguém que quase todos conhecem
se quase todos te conhecem sê homenzinho e assina o teu comentário
ResponderEliminargostei da prestacao. o frederico podia estar melhor
ResponderEliminaro grupo de Portugal na Africa do Sul e um grupo onde podemos ambicionar um apuramento para a CUP desde que a equipa jogue de forma concentrada, como fez no Dubai. Trata-se de uma oportunidade critica para amealhar pontos que nos ponham nos lugares cimeiros e que garantem a manutencao como equipa residente. A prestacao no Dubai fez-nos saltar de penultimo para 11, ou seja, dentro do apuramento. Boa sorte para os Lobos
ResponderEliminaro que se viu foi que realmente estes novos miúdos estao verdes mas têm muito potencial e muita vontade e já bastante qualidade, viu-se que se o Pipoca sai a equipa desce vertiginosamente, viu-se que o Frederico Oliveira está muito em baixo de forma, viu-se também que não pode ser capitão de equipa, só mesmo o Pico é que acha que sim, viu-se que não há nada piora do que um treinador que embirra com os jogadores, só assim se explica que tenha praticamente posto de parte o Adérito, é o único que dá garantias nos pontapés de recomeço, quando vai ao contacto vão logo 2 ou 3 jogadores cairem em cima dele o que permite libertar espaço para os outros e se apanha a bola com algum espaço é muito dificil de parar, sr Pico deixe de ser amuadinho, deixe de ter a mania que tem semore razão ponha os seus interesses para trás das costas e aposte no Adérito.
ResponderEliminarUm pequeno contributo para se perceber porque o Adérito não entra de início. Se fosse o treinador do Se7e nacional, com a equipa que esteve no Dubai, também não o colocaria no início de jogo, apesar de ser um dos nossos melhores finalizadores e ter várias características positivas (e gostar dele). A minha visão. O Adérito tem um problema grave: a defesa do ombro mais fraco - ou melhor a incapacidade de defender esse lado. Analisem os jogos e vejam. Não me lembro de perante um side step ou mesmo um swerve nesse sentido o Adérito conseguir fazer uma placagem dominante, ou mesmo parar o adversário. Contra uma equipa cansada, menos clarividente, este aspecto é menos problemático, e a sua capacidade ofensiva começa a contrabalançar. Nos Sevens, o básico é garantir que marcamos sempre que temos a bola e conseguir roubar algumas posses de bola ao adversário. O principal problema de Portugal não é propriamente o ataque, mas a defesa (veja-se desde logo o jogo com Samoa no Dubai). Com os jogadores que tínhamos no Dubai (é bom esta ressalva), à partida, comigo, o Adérito ficaria no banco. Obviamente podem, e devem haver outras opiniões, mas dizer que o Pico está a embirrar com o Adérito pode ser um exagero. Para já o que tem sido evidente é que a equipa tem evoluído e volta a ser capaz de enfrentar as mais fortes. Também é evidente que com o Pipoca em campo a equipa é outra coisa, pois ele é o maestro do nosso jogo ofensivo. Há ali potenciais sucessores, mas ainda muito jovens e inexperientes.
ResponderEliminarcaro luis costa, para chegarmos ao ponto em que vamos falar das falhas defensivas de cada um precismos de em primeiro lugar garantir que não sofremos 4 ensaios em 10 pontapés de recomeço, e aí quem ais garantias dá é sem dúvida o Adérito, quanto à defesa do ombro mais fraco qd confrontados com uma mudança de direcção ou de velocidade isso é um problema típico dos jogadores mais pesados e altos e menos móveis,õu seja foro e lucas têm o mesmo probelma compensam isso como outras caractiristicas positivas.
ResponderEliminarSofrer ensaios em pontapés de recomeço é um velho problema da seleção nacional de sevens, mesmo com o Adérito em campo. A questão de base recordo era uma pretensa embirração do Pico com o Adérito. Era isso que estava em causa. Dei a minha opinião. Não entro em debate com anónimos, pelo que me fico por aqui.
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