Numa decisão inesperada a International Rugby Board (IRB) decidiu cancelar a etapa argentina das Séries Mundiais de Sevens, que se deveria realizar em Mar del Plata no fim de semana de 21 de Outubro, e que representava a evolução das séries para 10 etapas, depois de no ano passado ter crescido de oito para nove jornadas.
A organização de uma etapa do Circuito passa por um complexo processo negociado entre a IRB e a Federação interessada na hospedagem do evento e o apoio da Confederação Regional respectiva, e envolve múltiplas garantias até se chegar a um contrato final - organizar um evento desta natureza é uma coisa muito séria, envolve milhares de pessoas, dezenas de milhares de espectadores e muitos, mesmo muitos, interesses comerciais.
Portugal por exemplo, já deu provas de ser capaz de organizar torneios de grande envergadura, dos quais o último se realizou no mês passado no Algarve (Torneio de Qualificação para o Mundial de Sevens de 2013), e de que recordamos os Torneios FIRA de Juniores (Lisboa 1979 e Tróia 1989), o Torneio de Qualificação para o Mundial de Sevens de 1997 (Lisboa 1996), o Campeonato da Europa de Sub-19 (Região Centro 2009) ou o Mundial Universitário de Sevens no Porto em 2010.
Agora que a poderosa Federação de Rugby da Argentina (UAR), depois de tudo negociado (o que deve ter levado alguns anos até tudo ficar acertado) venha, a dois meses da data prevista, desistir da organização daquele que se pretende seja o Grande evento dos Sevens no Mundo, é, no mínimo, estranho.
Compreende-se que a IRB tenha saído a público defendendo a UAR, mas imagino o que seria se Portugal tivesse desistido em cima da hora, de organizar uma qualquer das competições enunciadas acima, ou o fizesse em relação às duas que terão lugar no nosso país em Outubro deste ano (Campeonato da Europa de Sub-19 e Torneio de Qualificação para o Europeu de Sub-18) - por certo a FIRA-AER não seria nada complacente com a nossa Federação!
E de tal forma a IRB passou a mão na cabeça da federação Argentina, que fica tudo na mesma para o próximo ano, com a promessa argentina de que "desta vez não falharemos!"
Voltamos desta forma a um Circuito Mundial com nove Torneios, e com um cartão vermelho para a Union Argentina de Rugby, para a Confederação Sul Americana de Rugby (CONSUR) e para a própria IRB - vamos ver o que nos reserva o futuro!
Ridiculo, simplesmente ridiculo...
ResponderEliminarmais um sinal preocupante que a IRB e os seus dirigentes nao têm uma visão de futuro boa para o rugby mundial.continua a ser um organismo de "old farts" gerida por técnicos de 3ª categoria e com uma agenda no minimo duvidosa. A decisao de atribuir à Russia o mundial de sevens é outras das decisões muitos estranhas...nao consigo pensar num fator lógico a nao ser dinheiro...para o mundial de sevens ser na Russia.
ResponderEliminarO rugby não é diferente dos outros desportos regidos por federações internacionais. A Argentina é uma potência mundial e o único país da América do Sul ( e não só )a ser capaz de ombrear com os outros países do hemisfério sul em que o rugby é um desporto à séria, assim sendo e tendo, também, em consideração o tamanho e valor do mercado que representa nós em Portugal não podemos, se forma séria, pretender-mos ser tratados da mesma forma.
ResponderEliminarÉ injusto, eu concordo mas, é de esperar e a única forma de escapar a essa iniquidade é sermos melhores, mais organizados e trabalhadores.
Lamento discordar José Lopes, mas acho que nós (e outros "pequenos" como nós) temos que exigir continuamente ser tratados da mesma forma que os "grandes"!
ResponderEliminarO facto de não sermos tratados da mesma forma não é razão para aceitarmos o facto sem reclamar.
Até porque já provámos ser capazes de organizar competições tão bem ou melhor que os "grandes", e, com toda a certeza!, nunca abandonámos o barco a meio do caminho!
A Argentina esteve muito mal e a IRB também, ao não mostrar o mínimo de reprovação pelo facto, abrindo a porta para que outras federações responsáveis pela organização de outras competições, saltem fora em cima do acontecimento...
A inclusão da Argentina no torneio do Hemisfério Sul, como a Itália no 6 Nações, é a prova que o alargamento da DH é o caminho certo! Os grandes continuam a jogar com os grandes e os pequenos também podem jogar com os grandes, para aprender e terem de ser melhores, como dizia o Tomás Morais na entrevista.
ResponderEliminar